O abate de frango no Paraná cresceu cerca de 17,3% de fevereiro a março deste ano. Mas este aumento não deve representar maior oferta da ave no mercado interno paranaense. A explicação para esta aparente incongruência tem diferentes causas.

O primeiro fator a ser considerado é que as exportações do Estado cresceram 26% nos três primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Um indicador deste comportamento é o fato de os abates terem crescido apenas nas empresas com Serviço de Inspeção Federal, ou seja, voltadas também à exportação. Nas indústrias com Serviço de Inspeção do Paraná, que trabalham somente com o mercado interno, a produção permaneceu praticamente estável.

Além da situação em relação ao mercado externo, existe um fenômeno ligado ao começo do outono que também influi no aumento dos abates. Nesta época do ano, com a aproximação do frio, ocorre a “antecipação de abate”, quando as aves começam a comer mais e, em conseqüência, engordar mais depressa. O abate é, portanto, antecipado. “Mas este aumento de produção não representa entrada de volume excedente no mercado, já que as empresas conhecem o fenômeno e se planejaram previamente para administrar essa variação”, explica Domingos Martins, presidente do Sindiavipar -Sindicato das Indústrias Avícolas do Paraná.

Até agora, produção e oferta para o mercado interno estão estáveis. Isso porque, segundo Martins, a quantidade de frangos abatidos hoje é conseqüência do alojamento elevado de pintos nos meses de janeiro e fevereiro. Mas a tendência deve mudar nos próximos meses, devido a uma decisão tomada em conjunto pelos quatro maiores produtores de frango do Brasil – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo – em reunião em Curitiba, no início do mês de abril. Os quatro estados decidiram que o alojamento de pintos seria diminuído em 10%, em função da elevação do preço dos insumos, como o milho e a soja. Isso terá como conseqüência direta a diminuição da oferta do produto já a partir do próximo mês.

“Hoje, como a produção está ajustada à demanda, e com o crescimento das exportações, já começamos a perceber uma tendência moderada de aquecimento no preço do frango”, afirma Martins. O preço médio FOB do frango já passou de R$ 1,55 em março para R$ 1,60 em meados de abril.

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