As exportações de soja em grão pelo Porto de Paranaguá, estão 55,6% menores neste ano. Foram embarcadas 488.255 toneladas de primeiro de janeiro até ontem de manhã, contra 1,099 milhão de toneladas no mesmo período do ano passado. Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), a redução foi provocada unicamente pela paralisação do porto, na semana passada, que ocorreu no auge de escoamento da safra. Dos 44 navios ao largo, 17 vão carregar soja em grãos, totalizando 1,482 milhão de toneladas. Em março do ano passado, até o dia 29, foi exportado 1,034 milhão de toneladas pelo Porto de Paranaguá.
De acordo com a Appa, se não fosse a paralisação, o volume embarcado de soja estaria superior ao do ano passado, mesmo com o forte crescimento nas exportações de milho e com a mesma quantidade de farelo de soja. Neste ano, o Porto de Paranaguá embarcou 1,585 milhão de toneladas de milho, 710,6% acima do volume exportado em 2003 (195.566 toneladas). As exportações de farelo de soja tiveram um pequeno decréscimo: de 879.293 para 854.416 toneladas. Enquanto isso, os embarques de óleo de soja saltaram 33,5%, de 263.302 para 351.522 toneladas.
Ontem, havia quinze navios atracados em Paranaguá e dois em Antonina. Dois carregavam soja em Paranaguá: o Silver Mei, com destino à Índia, com capacidade para 59,6 mil toneladas, e o Platanos, que vai para a Europa, com 50,5 mil toneladas. Nas próximas 48 horas, está programada a chegada de mais vinte navios, sendo três para soja em grão.
Pátio
O número de caminhões que descarregaram mercadorias pelo pátio de triagem do porto cresceu 22,1%, passando de 47.885, no ano passado, para 58.503. O aumento mais expressivo foi verificado na movimentação de milho: 57,8%, de 19.396 para 30.618 caminhões. No mesmo período, a quantidade de carretas com soja em grão decresceu 44,5%, de 18.826 para 10.443. Segundo a Appa, 3,5 mil caminhões passaram pelo pátio de triagem no último final de semana. A previsão é liberar uma média de mil caminhões por dia.
Ontem, os caminhoneiros ameaçaram fechar novamente o pátio de triagem, alegando que três transportadoras – duas de Mato Grosso e uma do Rio Grande do Sul – não haviam depositado o valor das diárias pelo tempo de espera na fila. O acordo fechado na semana passada entre caminhoneiros e terminais portuários fixou em R$ 0,40 o valor por tonelada/hora depois de 26 horas após a passagem pelo pedágio de São José dos Pinhais e 28 horas após a passagem pelos pedágios da Lapa e de São Luiz do Purunã.
No final da tarde, mais da metade dos 60 caminhoneiros que estavam sem receber a estadia obteve a confirmação do depósito e pode descarregar, informou o vice-presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Paraná (Sindicam/PR), Laerte José de Freitas. “Os outros estão aguardando a liberação do dinheiro, mas a situação está se normalizando.”