Aumento das exportações e redução das compras no mercado interno alavancaram o crescimento da indústria brasileira de bens de capital mecânicos. Em setembro, os embarques deram um salto e foram 23,84% superiores aos do mesmo mês de 2001. Na outra ponta, as importações caíram 13,5% nos primeiros nove meses de 2002, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte da pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Para o presidente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite, ?a tendência de crescimento das exportações pelo terceiro mês consecutivo e a redução da queda no acumulado do ano sinalizam que o setor encerrará 2002 com desempenho positivo, apesar da crise argentina?. A indústria respondeu rápido à reviravolta do mercado argentino, segundo ele, e tratou de conquistar mercados em substituição ao tradicional parceiro.

Entre os meses de janeiro a setembro, outros países engrossaram a lista de encomendas à indústria brasileira, com destaque para Bolívia, que nos primeiros nove meses aumentou os pedidos em 98,7%, seguido do Peru com acréscimo de 63,2%, China (33,9%), Equador (29,9%), Estados Unidos (24,2%), Canadá (23%) e México (9,1%). Em contrapartida, a vizinha Argentina reduziu drasticamente sua participação e fechou o acumulado do ano com índice negativo de 74,23%, o correspondente a uma receita de US$ 295,4 milhões.

No acumulado do ano, as exportações continuaram apresentando queda, mas em nível bem menor do que o verificado em janeiro, quando caíram 12,3%, em receita. As vendas externas de US$ 2,66 bilhões até setembro representam uma redução de apenas 1,63% em relação aos US$ 2,71 bilhões obtidos no mesmo período de 2001.

O faturamento nominal do setor de bens de capital mecânicos acumulado até de setembro foi de R$ 24,50 bilhões, ou 8,83% superior ao registrado em 2001, da ordem de R$ 22,51 bilhões. As compras no mercado internacional perderam fôlego, o que favoreceu o desempenho dos fabricantes brasileiros. As importações de máquinas e equipamentos continuam registrando quedas. No ano, a redução chegou a 13,5%, ao passarem de US$ 5 57 bilhões de janeiro a setembro de 2001 para US$ 4,82 bilhões no mesmo período de 2002. A tendência de substituição de importações por produtos nacionais do setor persiste.

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