As expectativas de analistas da América Latina quanto ao futuro da economia na região são as piores dos últimos 11 anos. É o que mostra a Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo Institute for Economic Research at the University of Munich, ou Instituto IFO, e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo as duas instituições, o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina, elaborado em parceria entre o instituto alemão IFO e a FGV, atingiu patamar de 3,4 pontos em outubro deste ano, abaixo do resultado anterior da mesma pesquisa, trimestral, referente a julho (4,6 pontos).
As entidades consideram que resultados abaixo de 5 pontos nos índices indicam “clima ruim”. Em comunicado, as instituições informam que o ICE da América Latina está em declínio desde outubro de 2007. Entretanto, as organizações afirmam que, entre as sondagens de julho e outubro de 2008, o ICE “registrou a sua maior queda”. Em comunicado, as entidades informam que, “na série histórica iniciada em outubro de 1997, o índice está próximo ao valor mais baixo já registrado – 3,3 pontos, em outubro de 1998”.
O ICE da América Latina é construído como uma combinação de dois índices que medem a situação econômica atual e as expectativas para os próximos seis meses. O Índice da Situação Atual (ISA) atingiu patamar de 4,2 pontos em outubro, após apresentar 5,7 pontos em julho. O Índice de Expectativas (IE) passou de 3,4 pontos em julho para 2,5 pontos em outubro. Esses índices estão abaixo de suas respectivas médias históricas nos últimos 10 anos.
Ainda na análise das instituições, com estes resultados, o ICE da América Latina, que vinha se mantendo superior à média mundial desde outubro de 2007, igualou-se ao ICE global. “A piora no clima econômico tendeu, portanto, a se espalhar nas economias, levando a um cenário que pode ser descrito como de tendência recessiva global”, informaram as entidades, em comunicado.
A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia – simultaneamente – em todos os países da região. Em outubro, foram consultados 131 especialistas em 15 países.