O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou que o mercado de crédito em outubro seguiu em expansão moderada, como em meses anteriores. “Nos últimos três meses, vimos reação um pouco mais nítida da expansão do crédito”, disse. Ele comentou que em 12 meses até agosto a alta foi de 11,1%; em setembro, de 11,7%; e agora, de 12,2%. “Essa trajetória é consistente com a projeção do Banco Central para o ano, de 12%”, disse. “O crescimento recente do crédito é uma indicação modesta”, continuou.

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Ele observou que houve avanço tanto em crédito livre quanto no direcionado, mas que não há temor em relação à inadimplência nesse segmento. “Em outubro, destaque para o consignado, que cresceu com a ampliação dos prazos ao final de setembro”, lembrou. Nos últimos anos, essa modalidade se consolidou, houve um processo de aprendizagem por parte de tomadores e por quem concede empréstimos em termos de garantia e finanças pessoais. “Isso tudo contribui para que não tenhamos oscilação significativa em termos de inadimplência”, disse.

Em relação ao crescimento das concessões de crédito consignado em outubro, para beneficiário do INSS, apenas no mês, houve elevação de 57,7%; para servidores públicos, o aumento foi de 46,8%. Apenas o setor privado apresentou retração, queda de 4,4%. Segundo o técnico do BC, a elevação das concessões foi influenciada pelo aumento de prazos para servidores públicos, que cresceu de 60 para 96 meses e, para aposentados, que subiu para 72 meses.

“O que ocorreu no consignado foi renegociação, amortizou operação antiga e abriu uma nova. Estão rolando as dívidas”, explicou Maciel. Ainda segundo ele, a tendência é de que nos primeiros meses após o aumento do prazo tenha um estímulo maior para a tomada desses recursos, mas no passar dos meses deve entrar em um ritmo menor de expansão.

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Inadimplência

Maciel citou ainda que a inadimplência encontra-se em patamar historicamente baixo, no menor da série, que teve início em março de 2011. Apesar da forte alta das taxas de juros do cheque especial, o economista do BC afirmou que o uso dessa ferramenta é bastante restrito, de aproximadamente 3% de pessoas físicas. “É modalidade de custo elevado, portanto deve ser usada com bastante parcimônia e em momentos específicos.”

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