Pesquisa feita pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) com 33 instituições financeiras aponta para uma redução nas expectativas de crescimento do crédito em 2009. Os bancos consultados esperam uma expansão de 14,2% na pesquisa realizada entre os dias 19 e 20 de março, ante 16,2% do levantamento realizado em janeiro. Em 2008, o crédito no País cresceu 31,1%.

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Para o crédito à pessoa física, a projeção foi reduzida de 15,9% para 13,9%. Ao contabilizar apenas o financiamento de veículos, a expectativa passou de 14,6% para 12,5%.

Em relação às empresas, a deterioração das expectativas é maior, com a projeção passando de 19,1% para 15,8%. “Até o final do ano havia expectativa de que a economia brasileira seria menos afetada. Agora, com atividade menor, se espera menor demanda por crédito”, afirmou o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg.

Para a inadimplência de todas as modalidades de crédito, a projeção subiu de 4,9% para 5,4%. Ainda assim, Sardenberg não espera, em razão da inadimplência, elevações adicionais dos spreads bancários (diferença entre as taxas pagas pelos bancos e pelo consumidor). “O movimento de alta dos últimos meses era o impacto dessa maior inadimplência esperada.”

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PIB

O levantamento da Febraban mostra que os bancos estão mais pessimistas com a economia brasileira neste ano. A projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 passou de 1,9% na pesquisa realizada em janeiro para 0,3% nos dados colhidos em 19 e 20 de março. Sardenberg não descarta, ainda, a possibilidade de a projeção para o PIB ser negativa em 2009. Isso dependerá, segundo ele, da capacidade de recuperação da economia norte-americana.

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Os bancos esperam que o PIB do setor agropecuário tenha um recuo de 0,3% e o industrial, de 1,3%, este ano. O único setor em que é esperada elevação é o de serviços, com alta de 1%. Rubens Sardenberg lembrou que o setor de serviços é normalmente o menos impactado pelos ciclos econômicos e, por isso, conseguirá manter a variação positiva, principalmente pela atividade gerada pelo setor público.

Para a produção industrial, a Febraban espera recuo de 1,7%, ante crescimento de 1,3% na pesquisa anterior. As instituições financeiras apontam ainda para uma redução na expectativa da taxa de inflação medida pelo IPCA este ano, de 4,6% para 4,3%. Para a taxa Selic (juro básico da economia brasileira), as instituições consultadas esperam que atinja, ao final deste ano, nível de 9,25%, ante 10,75% no levantamento anterior. Para a próxima reunião do Copom, em abril, a pesquisa aponta para um corte de 1 ponto porcentual, o que faria a taxa chegar a 10,25% ao ano. Um outro corte de 1 ponto porcentual seria feito no encontro de junho, segundo a expectativa dos bancos, o que colocaria a taxa em 9,25%.

Para a balança comercial, os bancos consultados esperam que o superávit fique em US$ 13,8 bilhões este ano, ante US$ 13,12 bilhões da pesquisa anterior. Para o Investimento Estrangeiro Direto (IED), a pesquisa da Febraban aponta para a entrada de US$ 21,3 bilhões ante US$ 22,1 bilhões da pesquisa feita em janeiro.

Das instituições consultadas, 33,3% apostam que a economia brasileira começará a se recuperar em 2009. Já para 59,3% dos pesquisadas, essa recuperação só irá ocorrer a partir de 2010. Um grupo de 7,4% espera que a retomada dos crescimento só ocorra a partir de 2011.