O presidente da empresa de internet Livedoor, Takafumi Horie, 33, foi preso ontem, sob a acusação de espalhar informações falsas no mercado financeiro japonês para inflar os preços de suas ações. Os procuradores japoneses que cuidam do caso confirmaram que Horie e três outros executivos da Livedoor foram presos. Em um comunicado, informaram que os acusados forneceram informações falsas sobre as empresas afiliadas da Livedoor para esconder prejuízos de uma subsidiária e elevar os preços das ações da empresa.
As prisões anunciadas ontem são mais um episódio no caso da Livedoor, iniciado há uma semana com uma batida nos escritórios da empresa e na casa de Horie.
Presidente da empresa, Horie se tornou uma figura constante nas redes de TV japonesas, adquirindo status de celebridade no Japão: já tentou (sem sucesso) comprar um conglomerado de mídia do país e um time de baseball, além de aparecer freqüentemente em canais de TV japoneses.
Ele nega todas as acusações: ?Não tenho nenhuma lembrança de qualquer dessas alegações. E nem sequer sei como comentar porque não tenho nenhuma idéia de onde estão vindo as investigações (comentadas) na mídia?, disse em seu blog, segundo a agência de notícias Associated Press.
Os outros executivos presos ontem são Ryoji Miyauchi, Fumito Okamoto e Osanari Nakamura, todos com 38 anos.
Na semana passada, a notícia da batida e do início das investigações provocaram uma onda de vendas de papéis da empresa. Na terça-feira, a Bolsa de Tóquio fechou com perda de mais de 2% e, na quarta-feira, acentuada pelos anúncios de resultados fracos da Intel e da Yahoo, o pânico provocou o envio de 3,5 milhões de ordens de venda. A Bolsa japonesa tinha até então capacidade para 4 milhões de ordens de venda por dia.
O excesso de transações fez a Bolsa fechar 20 minutos antes do horário normal.
Horie era visto como um novo tipo de executivo no Japão, contrário ao estereótipo de funcionário que segue estritamente as ordens e ligado a uma tradição de empregos que costumavam durar uma vida toda – que foi posto em xeque devido ao aumento da competitividade e às políticas de redução de custos das empresas.
