O transporte de soja pela hidrovia Tietê-Paraná está parado há cinco dias no interior de São Paulo. Dezoito comboios, com 72 barcaças e 140 metros de comprimento cada um, estão atracados desde quarta-feira entre as eclusas das hidrelétricas de Nova Avanhandava e Promissão. As embarcações esperam uma redução no volume de vazão do rio Tietê, que triplicou nos últimos dias por causa da chuva, para seguir viagem nos dois sentidos.

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As embarcações, que pertencem às empresas Louis Dreifuss Commodities (LDC), Torque e Izamar, estão deixando de transportar 104 mil toneladas de soja, em plena safra de grãos.

Dos 18 comboios, nove estão carregados com cerca de 50 mil toneladas, atrasando o embarque em trens que levariam a carga para o Porto de Santos. As empresas ainda calculam os prejuízos, mas já se sabe que, em pelo menos uma delas, o volume do embarque programado para março vai ficar 30% menor por causa do atraso. A empresa, que tem oito comboios parados na hidrovia, já deixou de transportar pelo menos 23 mil toneladas de soja nesses cinco dias.

A hidrovia é o transporte mais em conta para levar a soja do Centro-Oeste para o Porto de Santos. Entre Pederneiras (SP), onde as empresas têm centros de armazenamento, ao porto de São Simão (GO), no Rio Paranaíba, são 740 km que as embarcações percorrem em 7 dias. De Pederneiras, elas seguem de ferrovia até o porto.

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Com o atraso, as empresas são obrigadas a arcar com prejuízos devido a diversos custos, como o aumento de diárias de carretas carregadas com soja que chegam a São Simão e dos dias parados das embarcações. Mas o mais caro é custear as diárias de vagas de navios no porto e de composições ferroviárias ou não cumprir as entregas programadas em contratos.

Além de nove comboios carregados com a soja, que estão atracados à jusante da usina de Promissão, outros nove comboios vazios estão à montante de Promissão e à jusante e à montante de Nova Avanhandava esperando a liberação das eclusas. O volume do rio Tietê, que normalmente é de 1.400 metros cúbicos por segundo, está em 3.700, o que elevou o nível do rio em mais de um metro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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