Após perder oficialmente a concessão das minas nas áreas de Zogota e Simandou, na República da Guiné, a israelense BSGR (BSG Resources) informou, na quarta-feira, 7, ter dado o primeiro passo para tentar reaver seus direitos ao protocolar uma notificação com um processo arbitral no Centro Internacional para a Solução de Controvérsias sobre Investimentos (ICSID, na sigla em inglês), órgão subordinado ao Banco Mundial.

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Depois de meses de especulação e troca de acusações, o governo da Guiné revogou oficialmente a concessão de exploração de áreas que haviam sido concedidas à BSGR em 2006. A Vale, ainda na gestão de Roger Agnelli, tornou-se sócia da empresa israelense mediante o pagamento de US$ 500 milhões, em 2010.

Ao todo, o investimento da brasileira no projeto somaria US$ 1,1 bilhão. A BSGR conseguiu a concessão das minas de Zogota e Simandou com um antigo governo da Guiné.

De acordo com a administração atual, do presidente Alpha Condé, a concessão das minas – consideradas por analistas como a maior reserva inexplorada de minério de ferro do mundo – foi obtida pela empresa israelense de maneira ilícita, com práticas de corrupção e tráfico de influência com políticos.

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Segundo especialistas em mineração, a BSGR é conhecida por atuar principalmente na exploração de diamantes, em países africanos assolados por ditaduras e guerras civis.

Na Guiné, a história não foi diferente. A BSGR e a Vale chegaram a iniciar os trabalhos de exploração da mina de Zogota, mas os trabalhos foram interrompidos desde 2012. Em agosto daquele ano, houve um massacre de civis nas proximidades da exploração das empresas.

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Soldados atacaram líderes de manifestantes que tinham invadido e depredado as instalações da Vale e da BSGR. No choque com as forças do governo, seis civis foram mortos. O caso gerou uma investigação conduzida pela Organização das Nações Unidas (ONU). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.