O ex-presidente do Banco Central (BC) Armínio Fraga defendeu nesta quinta-feira (12) a independência da instituição. Ele disse acreditar que a sociedade brasileira já tem maturidade para entender que a mudança seria boa para o país e, por isso, defenderia essa conquista.
Acredito que seria muito positivo (a independência) e, se o Congresso tomar essa decisão, fará um bem enorme ao país, afirmou. Fraga durante o seminário Política Monetária: Modelos de Organização Institucional e Determinação de Taxa de Juros. O Caso do Brasil, que se realiza na Câmara dos Deputados.
O ex-presidente do BC citou casos de países vizinhos como Argentina e Venezuela, em que os bancos centrais conquistaram a independência, mas, por questões políticas, houve retrocesso.
Atualmente, a política de metas de inflação executada pelo Banco Central é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é integrado pelo próprio presidente da instituição, Henrique Meirelles, e pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo.
Para Armínio Fraga, ao avaliar a inflação é importante levar em conta o índice total e não apenas os núcleos (quando se tira alguns itens dos índices de preço). Eu acredito que uma parte desse problema de inflação [em outros países] veio do fato de os bancos centrais olharem o núcleo, no momento em que o problema era generalizado.
Ele também defendeu a chamada banda da meta de inflação. Atualmente, a meta fixada pelo CMN é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Essa margem de dois pontos é conhecida como banda. Armínio Fraga destacou, entretanto, que a inflação sempre tem que convergir para a meta.