Dois anos e nove meses depois de protagonizar um dos maiores escândalos financeiros da história da Europa, Jérôme Kerviel, ex-operador do banco Société Générale, foi condenado ontem pela Justiça a cinco anos de prisão, dos quais três em regime fechado. Ele também terá que reembolsar os 4,9 bilhões de euros perdidos pela instituição financeira nas negociações não autorizadas realizadas nas bolsas de valores. A pena – que levaria 17 mil anos para ser cumprida, com seu atual salário de consultor informático, em torno de 2,3 mil euros – condena o ex-operador a uma espécie de “falência perpétua”. A sentença isenta totalmente o banco de culpa.
As fraudes praticadas por Kerviel foram descobertas em janeiro de 2008. Operador do banco em sua matriz, situada no bairro de negócios de La Défense, em Paris, o jovem de 33 anos teria ludibriado, segundo a sentença do Tribunal Correcional de Justiça, todo o aparato informático de controle das operações, investindo nos mercados financeiros um valor muito acima do permitido pela instituição.
As transações, que causaram prejuízo de 4,9 bilhões de euros ao banco e obrigaram a instituição a realizar uma operação de recapitalização, resultaram em condenação por crimes de abuso de confiança, falsificação e uso indevido de sistemas informáticos em um julgamento de três meses de duração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.