Debate

Ex-ministro quer debater agronegócio com presidenciáveis

O ex-ministro da Agricultura e atual presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Roberto Rodrigues, afirmou na semana passada em evento no Rio Grande do Sul que está articulando um documento com diferentes cadeias do agronegócio para discutir com os três principais pré-candidatos à Presidência da República – Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

“Como coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e presidente da Academia Nacional de Agricultura, convidei um conjunto de técnicos com experiência para preparar um rascunho que fica pronto hoje (25) e será enviado a partir da semana que vem a todas as entidades de classe do agronegócio, de diferentes cadeias produtivas”, afirmou.

Segundo ele, o objetivo é obter informações específicas de cada segmento do agronegócio para chegar a um plano denso de demandas, que aborde assuntos gerais, como a política comercial brasileira, meio ambiente e sustentabilidade, mas também contemple questões específicas de cada cadeia.

Ao longo do mês de junho o “programa de governo”, como é chamado por Rodrigues, será discutido com os representantes dos diferentes segmentos do agronegócio.

De acordo com o ex-ministro, entidades como a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Sociedade Rural Brasileira já estão comprometidas com o projeto, e as demais serão instadas daqui para frente.

“A Frente Parlamentar da Agricultura vai se incorporar à discussão junto conosco, até porque o projeto prevê a revisão de muitas leis”, explicou. No mês de julho, quando as demandas estiverem reunidas, ele levará o debate para as assessorias dos três presidenciáveis. “Queremos saber quais pontos vitais cada um vai se comprometer a trabalhar.”

Rodrigues disse que Aécio Neves e Eduardo Campos já sabem da iniciativa e se dispuseram a participar. “Eles mesmos nos procuraram para dizer que queriam incorporar questões importantes do agronegócio nos seus programas”, contou.

Com a presidente Dilma Rousseff ele ainda não falou diretamente, mas espera que a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA, que tem se aproximado de Dilma, atue como interlocutora.

“Esse tipo de iniciativa sempre foi feita, mas os candidatos nunca aceitaram. Agora eles estão pedindo. Essa é a novidade”, afirmou. “Além disso, antes os planos apresentados eram muito díspares, cada cadeia fazia a sua, isso era um problema. Agora a expectativa é termos uma integração.”

Roberto Rodrigues esclareceu que o projeto encabeçado por ele não tem relação com a reunião que a presidente Dilma Rousseff deve manter hoje, às 19h30, com 40 lideranças do agronegócio no Palácio da Alvorada, em uma ação para tentar selar o apoio dos ruralistas à sua campanha de reeleição.

“O encontro de hoje é mais conjuntural. O nosso projeto é mais de longo prazo”, disse. Segundo ele, não significa, no entanto, que as demandas que estão sendo levantadas por esses representantes não possam contribuir para a elaboração do documento articulado por ele. O ex-ministro participou hoje do 10º Agrimark Brasil, em Porto Alegre, que tem como tema “O Agronegócio Pós 2014”.

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