O economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central (BC) no governo Sarney, avaliou que o sucesso do ajuste fiscal anunciado pela equipe econômica segue sendo uma incógnita. Segundo ele, a tendência é que o déficit nas contas públicas não seja equacionado antes de 2018, levando-se em conta que o plano de contenção de gastos apresentado pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) parte de uma base de despesas muito alta.

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“O governo colocou muita carga de despesa em 2016. Como a despesa dos anos seguintes será função da despesa de agora acrescida da inflação, isso equivale a um avião que decolou com excesso de peso”, comparou o ex-diretor da área internacional do BC, hoje consultor econômico, lembrando da proposta do governo de não permitir uma evolução dos gastos superior à inflação.

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Segundo ele, o excesso de despesas vai reduzir a velocidade na adequação da dívida pública, “colocando” uma interrogação eduardo.lagusobre o resultado final do plano de ajuste. Nesse contexto, a relação da dívida pública com o Produto Interno Bruto (PIB) tende a crescer e seguir alta nos próximos dois anos, comentou Freitas, durante cerimônia realizada na capital paulista pelo Conselho Regional de Economia (Corecon). (Eduardo Laguna – na@estadao.com)

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