Europa volta a negociar acordo com Mercosul

Sob protestos do setor agrícola e impondo duras condições até ambientais, a União Europeia decidiu ontem retomar as negociações para um acordo de livre comércio com o Mercosul. Segundo estimativas de Bruxelas, um acordo adicionaria 4,5 bilhões às vendas europeias. O processo estava suspenso há seis anos.

A decisão é ainda uma tentativa de salvar a cúpula Europa-América Latina, dia 17, em Madri. O presidente Lula ameaça boicotar a reunião por causa da presença do novo governo de Honduras. O anúncio oficial do relançamento das negociações será feito na cúpula.

A retomada das negociações foi decidida depois de quatro reuniões técnicas nos últimos meses. O Mercosul incluiu o setor automotivo e ampliou a oferta industrial para quase 90%. A Argentina, que bloqueava o acordo no passado, flexibilizou.

O bloco ofereceu ainda garantia aos europeus de participar de licitações governamentais. Em contrapartida, a UE deixou de vincular boa parte das cotas agrícolas às negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC). Ainda assim, o clima era de pessimismo até a última reunião. A resistência de França, Irlanda e países do Leste Europeu no setor agrícola levaram os europeus a fazer novas exigências.

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