Diante da crise fiscal da zona do euro, empresas europeias quase triplicaram os investimentos produtivos na economia brasileira neste ano. Dados do Banco Central indicam que o Investimento Externo Direto (IED) oriundo dos países que adotam a moeda única subiu para US$ 23,4 bilhões nos primeiros sete meses deste ano, contra US$ 7,9 bilhões no mesmo período de 2010.

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Além da perspectiva, para os próximos anos, de crescimento econômico nos trópicos e estagnação nos países desenvolvidos, as empresas europeias tentam participar de programas do governo brasileiro como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e aproveitar o boom imobiliário vitaminado pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

A estabilidade democrática do Brasil gera vantagens comparativas em relação a outros países dos Brics, composto ainda por Rússia, China e Índia, segundo Paulo Vicente, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral. “Muitos têm medo de estar superinvestidos na China, devido à instabilidade do país; em algum momento eles vão parar de crescer e podem se dividir em outros países devido a movimentos separatistas”, avaliou. “Comparativamente, a corrupção é menor aqui.”

Segundo fontes do Banco Central ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, os europeus investem na economia de forma diversificada, sem concentração num ou noutro segmento. Neste ano, 13 setores receberam mais de US$ 1 bilhão em investimentos europeus: energia elétrica, comércio varejista, produtos alimentícios, extração mineral, metalurgia, petróleo e gás, minerais não metálicos, seguros, metalurgia, farmacêutico, equipamentos de informática, educação e infraestrutura. Empresas como Orange, Louis Vuitton, Casino, Publicis, Citroën, Shell integram a lista de novos investimentos neste ano.

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Equipes do Itamaraty monitoram o interesse dos europeus desde a eclosão da crise financeira internacional, em setembro de 2008. O que chama atenção dos diplomatas brasileiros nos últimos meses, período em que cresceram as dúvidas sobre a solvência de países como França e Itália, são os alvos dos empresários do Velho Continente. Os gargalos brasileiros agora são vistos como oportunidade. Energia e aeroportos lideram a lista de interesse.

Mas há dificuldades até mesmo para isso. Segundo Paulo Vicente, o País precisa modificar alguns marcos regulatórios para ampliar a participação de estrangeiros em alguns setores e atrair mais investimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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