Europa prepara ações contra a China

Bruxelas (Das agências) – A Comissão Européia deu luz verde para iniciar o procedimento de urgência contra a China em duas categorias de produtos têxteis, embora deva esperar até 31 de maio para iniciá-lo, à espera de um acordo amistoso.

O colégio de comissários aprovou a proposta do responsável comunitário de Comércio, Peter Mandelson, para pedir o início de conversações formais com a China para que este país controle suas exportações de camisetas e de fio de linho, cujo aumento desde o início do ano representa um risco iminente para a indústria têxtil européia.

Desde janeiro, as importações da UE de camisetas e de fio de linho da China cresceram 187% e 56%, respectivamente.

A porta-voz de Comércio, Claude Veron-Reville, ressaltou que durante a semana continuam as negociações informais de ambas as partes em Bruxelas, no âmbito das quais se reuniram na terça-feira Peter Mandelson e o vice-ministro chinês de Comércio, Gao Hucheng.

O objetivo das conversações é chegar a um acordo amistoso para que Pequim limite as exportações nas duas categorias de produtos citadas. Segundo a porta-voz, ?é uma possibilidade que não está excluída?.

No entanto, no caso de não se chegar a um acordo satisfatório para ambas as partes antes do fim do mês, a comissão pedirá à OMC a abertura de conversações formais com Pequim. Estas devem durar até 90 dias, ao final dos quais Bruxelas estaria capacitada para tomar medidas de salvaguarda em favor da indústria comunitária.

Uma vez iniciadas as conversações formais, as autoridades chinesas devem adotar medidas de autolimitação das exportações e, se estas não convencerem, Bruxelas pode adotá-las por conta própria.

País cede à pressão

O Conselho da Indústria Têxtil chinesa admitiu que as empresas locais terão que ?fazer um sacrifício? em prol de uma ?transição suave para o comércio têxtil mundial?, depois da eliminação das cotas da Organização Mundial de Comércio em 1.º de janeiro.

Do conjunto de 148 grupos sobre os quais a China impôs, no início do ano, uma tarifa inicial média de 1,3%, um total de 74 categorias de produtos sofrerá as novas restrições. Uma ampla variedade de itens de vestuário terá a atual tarifa de 0,2 yuan elevada para 1 yuan por unidade. Em algumas categorias especialmente problemáticas, como os agasalhos e capas femininas, Pequim elevou para 4 yuans a tarifa unitária, alta de 1.233% em cima da atual, de 0,3 yuan.

O Ministério das Finanças autorizou também baixas de tarifas para três variedades, como as de calças curtas, cuecas e calcinhas, além da suspensão completa da tarifa de 1,3% para duas categorias de roupa de tricô.

A exportação de fio de linho também será restrita, tal como havia solicitado a União Européia. Com as medidas, a China tenta acalmar os temores dos EUA e da UE, que nos últimos dias reiteraram a necessidade de colocar um freio na avalanche de produtos têxteis chineses despejados em seus mercados, onde ameaçam ?provocar graves distorções?.

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