O euro registrou nova alta recorde em relação ao dólar ontem. A moeda européia foi comercializada a US$ 1,3091 em Londres, batendo a marca recorde anterior, US$ 1,3074, atingida na semana passada. As causas da atual disparada do euro em relação à moeda americana são os déficits orçamentário e de comércio exterior nos EUA.
A moeda européia, há cerca de dois meses, estava cotada a US$ 1,20. A contínua desvalorização do dólar em relação ao euro pode prejudicar as exportações na Europa – que vêm respondendo por boa parte da recuperação econômica observada nos países europeus.
No último fim de semana, durante a reunião do G20 (grupo das 20 principais economias do planeta), os representantes europeus fizeram referência à alta da moeda européia como uma ameaça à recuperação econômica dos países da zona do euro.
O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, por exemplo, pediu aos EUA que reduzam seus déficits. O crescimento da economia da zona do euro foi de 0,3% anualizado no terceiro trimestre.
A nota de encerramento do evento, no entanto, não faz qualquer menção específica à desvalorização da moeda americana, limitando-se a elogiar os "numerosos países que introduziram mudanças estruturais para promover um crescimento sustentado", e a destacar que "os riscos de redução do crescimento econômico aumentaram devido à volatilidade dos preços do petróleo, aos desequilíbrios externos e às preocupações geopolíticas".
O secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, por sua vez, disse na reunião que a meta do governo americano é reduzir o déficit orçamentário pela metade até 2009, com políticas de crescimento e cortes de gastos.