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Foto: Arquivo/O Estado

Celso Amorim: preocupação.

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, acha pouco provável que o Congresso dos Estados Unidos deixe de votar até o fim do ano o projeto que revê o Sistema Geral de Preferências (SGP). Particularmente para o Brasil, o projeto significa perda de benefícios para exportações de US$ 3,6 bilhões. Para o ministro, o fato de o sistema oferecer vantagens comerciais a uma série de países com os quais os EUA não têm acordo de livre-comércio, incluindo os africanos, torna muito pouco provável que o congresso ignore a votação do SGP.

A renovação do sistema deve ser feita até o fim do ano, porém, por conta de uma questão pontual ligada à oposição da principal entidade têxtil dos EUA, o Congresso decidiu nesta semana não votar o projeto de lei. Neste projeto consta uma mudança significativa: a retirada de Brasil e Índia do sistema que beneficia as exportações de países sem acordo de livre-comércio com os EUA, e esse é o ponto que mais preocupa o Brasil.

Em anos anteriores, quando se aproximava o prazo final para a renovação do SGP, o governo dos Estados Unidos costumava ameaçar o Brasil de exclusão, acusando o País de não adotar uma política eficiente de combate à pirataria. ?Agora, surgem outros argumentos contra a permanência do Brasil?, disse Amorim, lembrando que o entraves à manutenção do Brasil no sistema é uma questão política de certos setores da economia. ?Essa é uma questão política de certos setores da economia norte-americana. Passadas as eleições lá, as coisas vão se tornar mais fáceis?, acredita Amorim.

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Amorim considera altamente positiva a participação da indústria paulista na tentativa de evitar a exclusão do País do SGP – a Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) enviou na semana passada uma comitiva de empresários para pressionar o congresso norte-americano a não excluir o País da lista. No entanto, ressaltou o ministro, o assunto é também tratado politicamente, sobretudo com a representante de comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab.

Na semana passada, em Nova York, Amorim também tratou do tema com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. Nesta conversa, segundo o ministro, o Brasil procurou mostrar que retirar o País do sistema não traz ganhos para os Estados Unidos, já que a maioria do comércio realizado entre os dois países por este sistema é intra-firma. Ao mesmo tempo, a exclusão do Brasil também não beneficia os países de maior desenvolvimento relativo. ?Os argumentos racionais estão do nosso lado?, afirmou.

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