A embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinak, confirmou ontem que o governo norte-americano deve recorrer da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que condenou os subsídios norte-americanos à produção de algodão, a partir de um processo movido pelo Brasil. “Vamos tomar as medidas que a OMC oferece para apelar da decisão”, afirmou.
Donna Hrinak, que está deixando o posto no Brasil nos próximos dias, observou que ainda não foi aberto prazo para recurso, já que o relatório da OMC, ainda confidencial, está na fase de tradução. Ela reiterou também a posição do governo americano de que a política de apoio aos produtores de algodão não viola as regras da organização. “Achamos que nosso programa se conforma a nossas obrigações na OMC e vamos fornecer todas as informações”, disse ela.
A embaixadora admitiu ainda que as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) chegarão a 2005, prazo estabelecido para o fechamento do acordo, a um patamar muito menos ambicioso do que se pretendia no início. Embora evitasse usar o termo “frustração”, Donna admitiu que houve “algumas decepções nos fóruns de discussão ao longo dos últimos anos”.
No momento, observou, a atenção da maioria dos países envolvidos nas discussões está voltada para as negociações multilaterais da OMC, onde um dos temas principais é a questão dos subsídios agrícolas, também importante nas discussões da Alca. Por isso, observou, o que for acertado na OMC terá conseqüências importantes nas negociações entre os países americanos.
