Os Estados Unidos nem produzem nem exportam bananas de seu território, mas abriram hoje uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as barreiras européias às importações de bananas. O motivo: querem garantir que suas empresas que operam em toda a América Latina tenham garantias de que poderão continuar exportando o produto desses países tropicais ao mercado europeu, sem sofrer discriminação. O Brasil também aderiu ao caso como terceira parte interessada.
Empresas americanas como a Chiquita e a Dole estão instaladas em praticamente todos os países produtores de banana da região latino-americana, como Equador, Panamá e Costa Rica. Segundo Washington, porém, as práticas adotadas pelos europeus são inconsistentes com as regras internacionais do comércio.
A disputa foi iniciada em 1993, depois que a Europa adotou um sistema de cotas para facilitar a importação de bananas de suas ex-colônias, mas afetando as vendas dos países latino-americanos. A primeira vitória americana ocorreu em 1996 na OMC. Mas os europeus, em 2006, voltaram a estabelecer um novo sistema de preferências a suas ex-colônias que, mais uma vez, afeta as exportações dos países latino-americanos. Na maioria dos casos, essas exportações são feitas por empresas norte-americanas.
Para as bananas africanas e caribenhas, os europeus não aplicam nenhuma tarifa. Já as vendas de países como Equador, Colômbia e outros latino-americanos sofrem uma taxa de 176 euros por tonelada. Os americanos querem agora que a OMC determine se essa taxa está dentro das regras da entidade.
A Comissão Européia lamentou a decisão americana de recorrer à OMC. "A iniciativa é ainda mais lamentável se levarmos em conta que os Estados Unidos não são nem produtores nem exportadores de bananas. Portanto, seu interesse no caso é mais que questionável", afirmou a UE. As principais empresas exportadoras na América Latina tem sede e capital nos Estados Unidos.