O governo dos EUA anunciou hoje que vai se opor à liberação de recursos adicionais do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil. Para o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O´Neill, a crise no mercado brasileiro não tem fundamento econômico, e reflete apenas as tensões políticas pré-eleitorais. “Jogar o dinheiro dos contribuintes dos EUA em uma incerteza política no Brasil não me parece brilhante”, disse O´Neill.
Ele afirmou ainda que “a situação (no país) é condicionada pela política. Não é conduzida pelas condições econômicas.” De acordo com o secretário, o nervosismo no mercado brasileiro deve-se às expectativas sobre o resultado das eleições. E concluiu afirmando: “Não acho que exista um antídoto econômico para isto”.
No início da semana, o FMI autorizou o governo brasileiro a sacar US$ 4,8 bilhões de sua linha de crédito, elevando o empréstimo disponível ao país para um total de US$ 10 bilhões.
O discurso de O´Neill sinaliza um posicionamento de que o governo dos EUA pode começar a se opor a novos empréstimos para os países latino-americanos. Isto ameaçaria a liberação de recursos do FMI, onde os EUA são os maiores acionistas e têm poder efetivo de veto sobre os empréstimos do Fundo. O secretário do Tesouro dos EUA participou hoje de entrevista coletiva em Washington. (Correio Web)
