O conselheiro econômico do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou hoje que a economia norte-americana pode absorver o impacto de um dólar mais forte, mas alertou que a deflação pode causar uma desaceleração que poderia ser pior do que em situações anteriores.
Anthony Scaramucci, que é cofundador da SkyBridge Capital, participou nesta terça-feira de um painel no Fórum Econômico Mundial. Ele afirmou também que o novo governo quer a independência do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
“Precisamos ser cuidadosos com a alta do dólar”, disse. “Se você tem um crescimento melhor que o esperado da economia, você pode ter um dólar forte e um crescimento robusto nos EUA que podem ajudar impulsionar a economia global.”
“O crescimento resolve muitos dos problemas que estão sobre a mesa”, disse.
Por outro lado, se temos um espectro deflacionário pairando sobre o mundo, você não consegue pagar a dívida e isso levaria a uma crise econômica pior do que a que acabamos de passar”.
No mesmo painel de Scaramucci, Thomas Jordan, diretor do Banco Central da Suíça, afirmou que não prevê uma divergência “extrema” na política monetária global, e que juros mais altos nos EUA e um dólar mais forte podem ajudar a Europa.
Já Axel Weber, presidente do conselho do UBS, afirmou que a normalização monetária “não vai acontecer”. “Não acredito que o Fed vá elevar os juros mais de duas vezes este ano, embora este não seja um ambiente normal”, disse.
Já David Rubenstein, do Carlyle Group, afirmou que um dólar mais forte pode desencadear o calote de parte dos US$ 4,5 trilhões em títulos da dívida corporativa de países emergentes que é denominada em dólar. “Precisaremos de alguma intervenção para resgatar esses países”, disse. Fonte: Dow Jones Newswires.