A economia dos EUA teve contração no primeiro trimestre deste ano, na última indicação de que a recuperação norte-americana ainda tenta ganhar força após a recessão encerrada há quase cinco anos.
Segundo revisão do Departamento do Comércio norte-americano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou a uma taxa anual de 1,0% entre janeiro e março. Analistas consultados pela Dow Jones Newswires previam recuo menor do PIB, de 0,6%. A primeira leitura, anunciada no fim de abril, apontava crescimento marginal de 0,1% nos primeiros três meses de 2014. Essa foi a primeira queda do indicador desde o primeiro trimestre de 2011, quando foi registrada retração de 1,3%.
Os gastos com consumo, que respondem por mais de dois terços do PIB norte-americano, cresceram a uma taxa de 3,1% no primeiro trimestre, ante estimativa inicial de aumento de 3,0%. Os gastos com serviços avançaram 4,3%, enquanto os gastos com bens físicos tiveram uma alta mais modesta de 0,7%.
As exportações dos EUA caíram num ritmo de 6,0% entre janeiro e março, menos que a queda anteriormente calculada em 7,6%. As importações caíram 0,7%, ante uma estimativa inicial de recuo de 1,4%. O comércio exterior como um todo pressionou a economia, com as exportações líquidas subtraindo 0,95 ponto porcentual da expansão do PIB.
Já os gastos totais do governo retiraram 0,15 ponto porcentual do crescimento do PIB no primeiro trimestre, ante o cálculo original de 0,09 ponto porcentual. Os gastos federais deram um ligeiro impulso à economia, mas houve cortes nos gastos de governos estaduais e municipais.
Enquanto isso, os lucros das empresas com sede nos EUA, após impostos e desconsiderando-se a valorização dos estoques e ajustes de consumo de capital, totalizaram US$ 1,88 trilhão no primeiro trimestre, ficando abaixo de US$ 1,905 trilhão no quarto trimestre de 2013.
Não há expectativas, no entanto, de que a contração do PIB gere uma desaceleração prolongada ou uma nova recessão. A maioria dos economistas prevê que a economia dos EUA voltará a crescer no segundo trimestre, embora ainda não esteja clara a intensidade dessa recuperação. Indicadores de produção industrial, vendas no varejo e encomendas de bens duráveis mostraram avanços em fevereiro e março, antes de se enfraquecerem em abril. Fonte: Dow Jones Newswires.