O governo norte-americano montou uma operação para convencer consultorias e analistas do setor financeiro a não rebaixar a classificação de risco de sua dívida pública de US$ 14,3 trilhões. Mesmo com a ameaça de default dos Estados Unidos no início de agosto, as principais agências ainda mantêm a nota mais alta.

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Nos últimos meses, autoridades norte-americanas têm mantido contatos com esses agentes para reforçar a existência de compromisso dos líderes do Congresso em alcançar um acordo sobre o aumento do teto da dívida pública, segundo o jornal The Washington Post.

Apenas com essa iniciativa será possível impedir a declaração de suspensão dos pagamentos pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. A iniciativa não é diferente da que muitos países põem em marcha em situações delicadas.

O Brasil manteve uma estrutura como essa para apresentar novas informações e avaliações aos principais agentes de mercado e aos governos credores, no Ministério da Fazenda e no Banco Central, durante as crises seguidas do fim da década de 1990.

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Nos EUA, entretanto, essa tarefa não foi suficiente para evitar o alerta emitido na semana passada por duas das maiores agências classificadoras de risco, a Moody’s e a Standart & Poor’s. Ambas anunciaram sua decisão de rebaixar a nota dos EUA, caso não haja acordo sobre o teto da dívida até o próximo dia 2 de agosto.

Segundo a reportagem, o nervosismo das autoridades americanas em relação a um potencial rebaixamento da classificação da dívida do país os levou a pedir aos analistas da Standart & Poor’s, em Londres, para usarem uma linha telefônica direta da embaixada dos EUA.

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Dessa forma, poderiam conversar com maior segurança. Em outro momento, quatro analistas da mesma consultoria foram convidados para uma reunião com os mais próximos colaboradores do presidente americano, Barack Obama. No encontro, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, teria feito um fervoroso apelo contra ações que pudessem aumentar dúvidas sobre a dívida do país, segundo o Post.