Os Estados Unidos elevaram sua previsão de déficit do orçamento para US$ 9 trilhões nos próximos dez anos, ante os US$ 7,1 trilhões anteriores. Segundo o governo do presidente Barack Obama, a crise econômica é mais profunda do que se projetava, portanto a arrecadação de impostos será menor, inflando o déficit. O Escritório de Administração e Orçamento afirmou que a economia americana deve encolher 2,8% neste ano – estimativa bem mais pessimista que a anterior – e o desemprego vai chegar a um pico de 10% no ano que vem.

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A Casa Branca estima que o déficit do orçamento deste ano será de US$ 1,58 trilhão, o equivalente a 11,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A única vez em que os EUA tiveram um déficit dessa magnitude foi durante a 2ª Guerra. Só para comparar, o déficit nominal no Brasil nos 12 meses terminados em junho estava em 3,19% do PIB. Mesmo assim, o número é US$ 261 bilhões menor do que o previsto em maio – porque o Tesouro agora acredita que não será necessário um segundo pacote de estímulo este ano.

Apesar do buraco maior do que o esperado, o governo Obama não recuou de sua proposta ambiciosa de reforma do sistema de saúde. “O tamanho do déficit é precisamente o motivo pelo qual nós precisamos de uma reforma de saúde eficaz agora”, disse Peter Orszag, diretor do Escritório de Administração e Orçamento. O Escritório Congressional de Orçamento, uma entidade independente, também divulgou sua estimativa para o déficit nos próximos dez anos, de US$ 7,14 trilhões.

A Casa Branca prevê que os déficits se mantenham acima de US$ 1 trilhão por ano até 2011. Com isso, o déficit total do governo triplicaria até 2019, chegando a US$ 17,5 trilhões, ou seja, US$ 2 trilhões a mais do que a última projeção. Essa dívida equivale a 76,5% do PIB de 2019, diante dos atuais 56% do PIB. Este ano será o primeiro em que a dívida americana ultrapassará os 50% do PIB desde a 2ª Guerra (nos anos 40, chegou a 120% do PIB). No Brasil, a dívida líquida equivale a 43,1% do PIB (dados de junho). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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