O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, anunciou na noite de terça-feira (17) um corte na ajuda do governo à American International Group (AIG) em um montante igual ao dos bônus que a seguradora pagou aos empregados de uma divisão que é responsável pela maior parte dos problemas da companhia.
Em carta à presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, Geithner disse que o Tesouro dos EUA vai deduzir um montante equivalente – US$ 165 milhões – da última parcela, de US$ 30 bilhões, da ajuda concedida pelo governo à AIG. O governo também vai exigir que a seguradora assuma um “compromisso de pagamento” ao Tesouro dos US$ 165 milhões, através do fluxo de caixa de suas operações.
Geithner afirmou que o Tesouro começou a trabalhar com o Departamento de Justiça dos EUA para explorar formas de recuperar o dinheiro do pagamento dos bônus feito aos empregados da divisão de produtos financeiros da AIG, mas que pretende agregar medidas para garantir que os contribuintes sejam compensados pelos recursos irrecuperáveis. De acordo com o secretário, o governo também pretende estudar formas de “acelerar” o processo de fechamento das operações da seguradora.
A carta é a resposta mais notória de Geithner à crescente indignação acerca do pagamento dos bônus feito na semana passada pela AIG – que recebeu mais de US$ 170 bilhões em ajuda do governo norte-americano.
O secretário disse que compartilha a indignação do presidente, Barack Obama, do Congresso dos EUA e da opinião pública e reiterou a posição do governo de que nada poderia ser feito para impedir os pagamentos. Ele detalhou o processo que levou os advogados do governo a formarem suas opiniões e considerou “injustificada” a raiva que o público tem dirigido contra o executivo-chefe da AIG, Edward Liddy.
“Ele herdou uma situação difícil”, escreveu Geithner, um dia antes da audiência de Liddy no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara. O acordo para o pagamento dos bônus foi fechado em abril do ano passado, meses antes que o governo viesse socorrer a companhia, assumindo uma participação de 80%.
Alguns congressistas afirmaram na terça que estudam a taxação dos pagamentos com alíquotas muito elevadas, num esforço para recuperar o dinheiro. As informações são da Dow Jones.