Os Estados Unidos anunciaram ontem a imposição de sobretaxas de até 60% para a importação de suco de laranja brasileiro. A decisão acontece após reclamação de produtores da Flórida de que grandes exportadores brasileiros, como a Cutrale e a Fischer, estariam vendendo suco de laranja abaixo do valor de mercado (prática conhecida como dumping).

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Em decisão preliminar, o Departamento de Comércio dos EUA impôs uma tarifa de 60% sobre o preço do suco vendido pela Montecitrus Indústria e Comércio Limitada, de 31% sobre as vendas da Fischer, de 25% para a Cutrale e de 27% para outras exportadoras brasileiras. No entanto, a Citrovita, terceira maior produtora, não foi afetada pela medida.

Segundo o Departamento de Comércio, as exportações brasileiras cresceram 12% no período de 12 meses encerrados em abril.

O pedido para a imposição de sobretaxas ao suco brasileiro foi apresentado em 27 de dezembro pela Florida Citrus Mutual (uma associação que reúne cerca de 11 mil produtores de laranja do Estado americano) e outras empresas processadoras de suco.

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Fontes do Itamaraty afirmaram ontem, que o Brasil só abrirá guerra aos Estados Unidos devido à imposição de tarifa antidumping, se os citricultores nacionais comprovarem que a medida provoca danos ao setor. Caso contrário, não há nada a fazer.

O imposto antidumping é legal e reconhecido internacionalmente, pois seu propósito é combater a concorrência desleal. Se os produtores submetidos à sobretaxa se sentirem prejudicados, devem comprovar a injustiça da aplicação da punição e o dano causado por ela. Segundo fontes do Itamaraty, neste caso o Brasil poderia acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). 

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