A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ordenou ontem a suspensão de todos os voos do Boeing 787 Dreamliner. A medida é uma resposta ao segundo caso, em duas semanas, de mau funcionamento da bateria no moderno jato da fabricante norte-americana.
A ação de emergência da FAA – um movimento na aviação comercial que não é visto nos EUA desde 1979 – intensificou a crise em torno da gigante aeroespacial, que tem articulado muito do seu futuro financeiro no modelo 787.
A FAA informou que emitiu a sua “diretriz de emergência de aeronavegabilidade” depois de, na terça-feira, um 787 da japonesa All Nippon Airways ter sido forçado a fazer um pouso de emergência e de evacuação no Japão. Alarmes indicaram superaquecimento na bateria principal, que causou um cheiro de queimado na cabine. No dia 7 de janeiro, em Boston (EUA), o mesmo problema havia sido identificado em outro 787, da Japan Airlines, que estava parado na pista.
A agência não deu prazo para a suspensão, dizendo que a Boeing terá de demonstrar que as baterias do 787 “são seguras” antes de os voos poderem ser retomados. A FAA pretende trabalhar com a Boeing e as companhias aéreas para desenvolver um “plano de ação corretiva” para permitir que o 787 retome a operação nos EUA “o mais rápido e da forma mais segura possível”.
A medida da FAA se aplica apenas aos Dreamliner registrados nos EUA, o que significa que afetará apenas seis aviões 787 operados pela United Airlines e uma unidade da United Continental. As duas companhias já informaram que irão cumprir a ordem da FAA. A Lan Chile também vai manter em terra o seu 787. Outras companhias no mundo inteiro ponderam tomar a mesma atitude.
O presidente da Boeing, Jim McNerney, disse que a empresa está “empenhada em apoiar a FAA e encontrar respostas o mais rapidamente possível.” A Boeing está trabalhando “o tempo todo com os seus clientes e as diversas autoridades reguladoras e de investigação”, disse McNerney, em um comunicado.
Ele destacou que “o 787 é seguro” e a empresa está “atrás de sua integridade global”, acrescentando que a Boeing “lamenta profundamente o impacto” sobre as companhias aéreas e os passageiros. As informações são da Dow Jones.