Etanol é o foco em visita a Honduras

A cobrança de setores de Honduras por mais ativismo da Petrobrás na exploração de petróleo em seu território pouco sensibilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que preferiu concentrar-se na oferta de uma parceria brasileira no setor de biocombustíveis. Em entrevista à imprensa, ao lado do presidente hondurenho, Manuel Zelaya, Lula defendeu a tese de que os combustíveis renováveis são "inexoráveis" e oferecem uma das melhores oportunidades para gerar desenvolvimento econômico na América Central e no Caribe.

A rigor, Lula indicou que sua visita oficial ao país – a primeira de um chefe de Estado brasileiro em cem anos de relações bilaterais – estava focada no potencial da América Central de reexportar o etanol brasileiro para os Estados Unidos e de desenvolver álcool e biodiesel nesses países. A mesma lógica deverá se repetir nas passagens do presidente pela Nicarágua, iniciada na noite de terça, e na Jamaica, na quinta.

"Pode ficar certo que a Petrobrás estudará a possibilidade (de atuar no país), de acordo com os interesses do governo de Honduras", desconversou Lula, diante da leve pressão para que a estatal atue na prospecção de petróleo no país. "A Petrobrás tem autonomia. Mas apenas uma certa autonomia. Porque quem indica a direção da Petrobrás é o governo", completou, numa indicação de que sua administração poderia interferir politicamente nas prioridades da companhia.

O próprio Lula, entretanto, deixou claro que não era essa a sua prioridade em Honduras, ao chamar a atenção para a presença de cerca de 15 empresários do setor sucroalcooleiro em sua comitiva. O presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, permaneceu ontem na Cidade do México para expor ao Senado local e a representantes da Bolsa de Valores mexicana a experiência da companhia – em especial, sua conversão de estatal monopolista em empresa de capital misto, que atua em ambiente de concorrência.

"Os biocombustíveis são inexoráveis e, portanto, quem sabe seja uma chance de Honduras começar a ter independência na área energética de combustível", afirmou o presidente. "O Brasil está disposto também a contribuir com outras experiências energéticas porque entendemos que esse será o problema que pode impedir o desenvolvimento de muitos países no século 21", concluiu Lula.

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