O preço do etanol na bomba de combustíveis deve continuar a subir pelo menos pelas próximas duas semanas, de acordo com Alísio Vaz, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). Segundo ele, existe um intervalo de duas semanas para que o comportamento dos preços ao produtor chegue ao consumidor. “Até o início desta semana, os preços ao produtor estavam subindo, o que indica que teremos ainda uma janela de duas semanas de alta nos postos se as cotações não subirem mais nas usinas”, disse ele.
No maior mercado consumidor do País, a cidade de São Paulo, é indiferente utilizar etanol ou gasolina no tanque dos carros bicombustíveis. Na média de preços, o litro de etanol hidratado está a R$ 1,70 na cidade de São Paulo, e o da gasolina em R$ 2,38. Vaz acredita que não deverá haver problemas para as distribuidoras manterem os postos de combustíveis abastecidos. “Os preços do etanol na bomba subiram de forma mais gradual que no ano passado, o que fez com que os consumidores começassem já a migrar para a gasolina. No ano passado, a migração foi muito repentina”, disse o executivo.
Segundo ele, o etanol mais caro vai levar o consumidor para a gasolina, regulando o mercado. Desde junho, enquanto os preços ao produtor subiram cerca de 60%, os preços do etanol na bomba subiram perto de 40%, de acordo com dados compilados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, acredita que o preço do etanol ao produtor já atingiu o seu pico. “Os produtores enfrentaram muitos problemas com chuvas e seca nesta safra que acabou e isto acabou impactando na oferta de etanol”, disse ele. Para Soares, a existência de estoques reguladores faria com que a grande volatilidade de preços existente entre safra e entressafra fosse minimizada.