Estudo revela que escolaridade fará Brasil avançar

Até 2020, a escolaridade média da população brasileira em idade ativa deverá passar dos atuais 7,4 anos para 9,3 anos de estudo. Cada ano a mais de escolaridade tem o poder de aumentar a renda individual em cerca de 10%. Esta é apenas uma das constatações apresentadas em estudo realizado pela Ernst & Young, com as perspectivas do Brasil no médio prazo. Os fundamentos são favoráveis não apenas na economia, mas em diversos outros aspectos da vida nacional. O capital humano, por exemplo.

Foi o que aconteceu com a Coréia do Sul, cuja população, há 57 anos, tinha nível de escolaridade semelhante ao dos brasileiros, na faixa de 3 anos. Ao contrário do Brasil, o país asiático aumentou rapidamente essa taxa para 12 anos de estudo, alcançando, a partir de 1980, um aumento médio de produtividade de 2,2% ao ano. A brasileira não foi além de 0,8%.

No cenário projetado no estudo da E&Y, a renda per-capita nacional deverá atingir US$ 21,3 mil em 2020. Embora positivo, esse patamar ainda está aquém de países com índices mais altos de formação de capital humano, uso intensivo de tecnologia e taxas de investimentos mais expressivas, caso de Estados Unidos, Japão, Chile e Coréia do Sul.

Investimentos continuam

A taxa média de investimentos no País, até 2020, ficará na faixa de 19,2% do PIB, pouco inferior à dos últimos 15 anos. Entre os inibidores dos investimentos estão os gargalos no setor de infra-estrutura.

Mas o impacto dessa pequena retração não afetará o PIB nacional, devido à melhoria da produtividade do capital. O investimento direto estrangeiro tampouco apresentará alterações significativas, devendo se manter na média dos últimos anos, em US$ 20,4 bilhões, projeta o documento.

Setor imobiliário

Entre os setores da economia brasileira mais bem aquinhoados com os novos investimentos destaca-se a habitação. O setor, além de se beneficiar da consistente queda dos juros, já foi alvo de reformas importantes, como a criação da alienação fiduciária e do patrimônio de afetação, a abertura de capital das construtoras e incorporadoras, entre outros.

As exportações também devem continuar em alta, com um avanço médio de 5,5% ao ano, com maior ênfase aos industrializados, que poderão render ao País quase US$ 211 bilhões, em 2020. Quanto à carga tributária, sem perspectivas consistentes de redução significativa a curto e médio prazos, o estudo da E&Y avalia que já será positivo se os atuais patamares forem mantidos.

Em resumo, o estudo da E&Y indica crescimento da economia brasileira, mesmo sem reformas radicais. Mas enfatiza a necessidade de ações ainda que pontuais, como avanços da regulação no setor de infra-estrutura – especialmente no que se refere à área ambiental -, a retomada dos investimentos públicos e mudanças gradativas no sistema de previdência e na legislação trabalhista. (Da redação)

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