Estudo mostra que a violência custa 5,09% do PIB

O custo da violência no Brasil é estimado em 5,09% do Produto Interno Bruto (PIB) por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Escola Nacional de Ciência Estatística (Ence). Desse total, 1,65% do PIB é referente ao custo do setor público e 3,43% do PIB são custos do setor privado. As informações são do texto de discussão do Ipea "Análise dos Custos e Conseqüências da Violência no Brasil", destaque da edição desta segunda-feira (25) do boletim semanal do Ipea.

Com base em dados de 2004, os pesquisadores do Ipea Daniel Cerqueira, Alexandre Carvalho, Rute Rodrigues e da Ence, Waldir Lobão, estimam os dados totais da violência naquele ano em R$ 92 2 bilhões e um custo por habitante brasileiro de R$ 519,40. Os gastos de R$ 31,9 bilhões do setor público com violência naquele ano viriam principalmente da manutenção das polícias e das secretarias de segurança (1,45% do PIB ou R$ 28 bilhões em 2004). O restante é referente ao sistema prisional (0,15% do PIB) e os custos de tratamento de vítimas de violência no sistema de saúde (0,06% do PIB).

No setor privado, o custo principal estimado é a perda de capital humano, estimada em R$ 23,9 bilhões naquele ano ou 1,35% do PIB. Os autores estimaram o que as vítimas receberiam durante suas vidas caso elas não tivessem sido interrompidas pela violência. Para isso, usaram a tábua da vida do IBGE, com as variações de expectativa de vida, e projetaram o rendimento das vítimas considerando a renda média por faixas de escolaridade, idade, gênero e localização geográfica.

Os gastos com segurança privada seriam de 0,80% do PIB; os com seguros, de 0,75% do PIB, e as perdas das vítimas por roubos e furtos de 0,53% do PIB. No trabalho, os autores observam que o valor total estimado "deve ser encarado como um limite inferior para o custo social da violência no Brasil uma vez que vários outros fatores de custo da violência não foram calculados, como: os custos com o sistema de Justiça; as perdas com o desvio de turismo; as perdas de bem-estar provocadas por retração nos mercados de bens e serviços; os custos intangíveis motivados por dor, sofrimento e medo, a perda de produtividade motivada por traumas e morbidade".

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