Estudo mostra aumento de conexão do Brasil com AL

O Brasil e a América Latina ainda estão pouco conectados à região da qual fazem parte e também ao restante do mundo no que diz respeito às decisões de investimento, o que, além do impacto direto no Produto Interno Bruto (PIB) dos países, compromete a capacidade da região de se beneficiar do desenvolvimento econômico alcançado na última década. A conclusão aparece no relatório “Conectividade para um Polo de Investimentos e Negócios no Brasil”, produzido pela Brasil Investimentos e Negócios (BRAiN), com apoio do The Boston Consulting Group (BCG) e apresentado no seminário “Multilatinas Internacionalização e Inovação”, realizado na sede da FecomercioSP, nesta terça-feira.

Na abertura do evento, o diretor presidente da BRAiN, Paulo Oliveira, ponderou, no entanto, que as empresas latino-americanas estão em “processo recente e “irreversível” de internacionalização, citando que, das 86 empresas multilatinas, 51 têm presença nos Estados Unidos, 33, na Europa, 12, no Oriente Médio e 22, na Ásia.

Oliveira observou que atualmente o Investimento Estrangeiro Direto (IED) e o de portfólio estão se misturando, já que grande parte é utilizada para investimentos de capital. Segundo Oliveira, em termos absolutos, a participação da América Latina no IED e nos investimentos de portfólio é a menor do mundo.

A China absorve 6% do total do IED do mundo e o Brasil, 2,25%, enquanto o Chile fica com 0,9%. Mas ponderada pelo PIB, disse Oliveira, a participação do Chile sobe para 3% e do Brasil cai para 0,8%, equivalente à participação da China.

Em termos de investimento de portfólio, o Brasil e a China têm participação igual, de 1%, no estoque mundial, enquanto ponderada pelo PIB a participação do Brasil, de 0,38%, supera a da China, de 0,14%.

O relatório destaca que as empresas brasileiras estão presentes em 20% dos países da própria região, enquanto as europeias, em 43% dos países de seu continente. A América Latina responde por 7% do PIB mundial, mas somente por 5% do comércio global de bens. A Europa e a Ásia responderam, respectivamente, por 29% e 13% do PIB e 37% e 22% do comércio internacional de bens.

Um estudo do Banco Central do Chile citado no relatório aponta que um acordo de integração entre países pode aumentar em 0,055 ponto porcentual o crescimento do PIB de um país para cada 1% de participação do país parceiro no PIB mundial. Isso quer dizer que um acordo de integração com o Brasil, que tem 2,57% de participação no PIB global, implicaria 0,14 ponto porcentual de aumento na taxa de crescimento de um parceiro.

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