Um levantamento realizado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) mostra que, entre janeiro e maio deste ano, cerca de 550 empresas por mês, em média, começaram a importar insumos, matérias primas ou bens de consumo. A entidade estima que entre quatro e cinco mil importadoras ingressarão no mercado neste ano. "É uma situação nova, motivada exclusivamente pelo câmbio", diz o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro.

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Em 2005, o Brasil tinha 22.633 empresas comprando do exterior; no ano passado, o número cresceu para 24.566. A pesquisa foi feita com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que não discrimina as importadoras por setor de atividade.

A pesquisa da AEB mostra também um forte aumento na base de exportadoras, mas, segundo o executivo, trata-se de uma distorção estatística. E explica: de janeiro a maio, o número de exportadoras foi de 16.060, número próximo ao registrado em todo o ano passado. Mas a diferença é que em 2007 o MDIC passou a registrar como exportadoras as empresas que vendem por meio dos Correios.

Até o ano passado, a estatística não considerava essas empresas. De qualquer forma, o impacto na balança comercial é mínimo, já que pelos Correios exportam apenas empresas de porte muito pequeno. Feita essa ressalva, o fato é que a quantidade de exportadoras vem recuando desde 2004. Eram 18.608 naquele ano, caindo para 17.657 em 2005, e para 16.815 em 2006.

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Superávit

A AEB está revisando os números da balança comercial deste ano. A nova estimativa será divulgada na semana que vem, mas o vice-presidente da entidade, José Augusto de Castro, adiantou que a projeção para o superávit ficará acima de US$ 40 bilhões, mas bem abaixo dos US$ 46 bilhões do ano passado. "Os saldos mensais tendem a diminuir porque as importações vão continuar crescendo no segundo semestre", afirmou o executivo da AEB, lembrando que, historicamente, os seis últimos meses do ano costumam responder por mais da metade das compras do exterior.

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Pelos cálculos da AEB, as importações devem crescer por volta de 28% em todo o ano de 2007, e as importações, entre 15% e 16%. "A partir de hoje, já registramos uma desaceleração dos superávits. Só precisamos verificar se a redução se mantém, indicando tendência", afirmou Castro.

Ele se referiu ao fato de, no acumulado do ano até a segunda semana de julho, o superávit de US$ 22,368 bilhões ser 0,4% inferior ao acumulado no mesmo período de 2006. As exportações, de janeiro até a segunda semana de julho aumentaram 17,1%, enquanto as importações cresceram 25,8%.