O Paraná vem se destacando como o maior produtor de soja orgânica do País, com uma produção de 16.276 toneladas na safra passada. Isso tem atraído pesquisadores internacionais que estão interessados em saber como estão sendo desenvolvidas as técnicas de plantio orgânico. Nesta semana, entre 17 e 21 de março, professores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, virão ao Estado para visitar lavouras de soja orgânica em diversas regiões.

Fazem parte do grupo Mary Wiednehoft, especialista em solos, Gina MacAndrews, que estuda impactos sociais e econômicos envolvidos na conversão da agricultura convencional para a orgânica, e Matt Liebman, considerado o maior especialista americano no manejo de plantas daninhas sem uso de agrotóxicos. O controle de invasoras é fator crítico em plantações de soja orgânica.

“É uma visita para troca de experiências. Eles vêm conhecer nossas pesquisas sobre manejo de invasoras em soja orgânica”, informa Carlos Armênio Khatounian, pesquisador do Iapar, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento. O pesquisador paranaense faz doutorado na Universidade de Iowa e acompanha o grupo.

Grande produtora de grãos, a região de Iowa é chamada pelos americanos de bread basket (cesto de pão). A área cultivada do Estado é quase totalmente ocupada com soja e milho sob intensiva mecanização e alto uso de insumos químicos, o que vem acarretando graves problemas de poluição do solo e água e esvaziamento populacional das comunidades rurais.

O roteiro prevê visitas a propriedades e organizações de produtores das regiões de Jataizinho, Ponta Grossa, Capanema e Planalto. Na sexta-feira (21), os pesquisadores participam do seminário “Avanços e desafios da agricultura orgânica nos Estados Unidos” na sede do Iapar, em Londrina, dirigido a pesquisadores, técnicos e produtores. As inscrições devem ser feitas com antecedência (tel. 43 3376-2373 ou e-mail iapar@pr.gov.br).

Paraná

Segundo o Deral, no ano agrícola 2001-2002, 854 produtores cultivaram 7.600 hectares e colheram 16.276 toneladas de soja orgânica no Paraná. Os dados da safra atual ainda não estão disponíveis, mas espera-se um aumento de 40% no volume de produção. O produto é quase todo exportado e a remuneração chega quase ao dobro daquela obtida com a soja convencional.

Ainda na década de 70, o Iapar começou a desenvolver as primeiras pesquisas para diminuir o uso de agrotóxicos nas lavouras. Resultaram em tecnologias como o controle biológico de pragas e doenças, rotação de culturas e uso de adubos verdes.

Em 1985 foi criado o Programa Plantas Potenciais, exclusivamente para estudar e propor sistemas de produção viáveis sem o uso de agroquímicos. No começo da década de 90 começaram as pesquisas com agricultura orgânica obedecendo às normas internacionais adotadas para o sistema. Hoje, além do projeto de soja coordenado por Khatounian, o Iapar estuda a produção orgânica de café, feijão, milho, pupunha, banana, caqui, uva, leite e frango.

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