O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal, junto com o Ministério da Fazenda, vão estruturar produtos financeiros para viabilizar parceiras com investidores estrangeiros nos grandes projetos de concessão de infraestrutura.
A demanda por parcerias com instituições locais partiu dos investidores estrangeiros que participaram das apresentações que o governo brasileiro fez no exterior para vender as oportunidades de negócios com as concessões.
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antônio Henrique Silveira, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que poderão ser formados fundos de investimentos para que os investidores estrangeiros participem como parceiros do das concessionárias que ganharem os leilões. Segundo ele, o governo identificou um “interesse firme” dos investidores do exterior, que têm mantido contatos com os bancos brasileiros.
“Em geral, eles querem ter um parceiro no Brasil com fundo combinado com um banco brasileiro para liderar internamente e realizar captação externas”, disse Silveira, Segundo ele, há grande interesse, principalmente de investidores institucionais como fundos de pensão, em construir essas parcerias no Brasil.
O secretário disse que para esses investidores estrangeiros institucionais interessa uma parceria com uma instituição local, que conheça o mercado e os chamados investidores estratégicos – os construtores do empreendimento e os operadores.
Sob encomenda
O secretário destacou que o Ministério da Fazenda vai ajudar o BB e a Caixa a estruturar essas parcerias com formatos específicos. Silveira, que manteve contato com os investidores estrangeiros, ressaltou que os bancos privados também devem fazer o mesmo.”Mas é claro que, no governo, o instrumento que temos para ajudar a estruturar são os bancos públicos. Mas nada impede que os bancos privados façam essa estruturação e montem parcerias.” Segundo ele, representantes de grandes bancos privados brasileiros também estão em conversas com investidores.
Além de participação no capital (equity) das concessionárias, os investidores estrangeiros querem montar parcerias com os bancos brasileiros na emissão de debêntures (títulos privados) vinculados aos projetos de concessão. Eles também devem participar da composição de outros tipos de arranjos financeiros.
Segundo o secretário, os setores que despertaram maior interesse foram aeroportos e rodovias, além de petróleo. Segundo ele, o que falta são ajustes no modelo de portos, que ainda estão sendo negociados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.