Bolivianos, paraguaios, argentinos, equatorianos e outros trabalhadores estrangeiros que vivem no Brasil já mandam a suas famílias no exterior mais de US$ 1 bilhão por ano. O novo fenômeno está sendo registrado pelo Banco Mundial como um dos sinais da mudança da posição da economia brasileira. Depois de ser por anos um dos principais receptores de remessas de dinheiro de emigrantes no mundo, o Brasil passou a ser também origem das remessas para o exterior.
Segundo dados publicados pelo Banco Mundial, o volume de dinheiro saindo do País mais do que dobrou nos últimos cinco anos. Grande parte tem origem nos salários pagos a estrangeiros latino-americanos trabalhando em São Paulo e outras metrópoles brasileiras. Só na capital paulista a estimativa é de que existam 200 mil bolivianos.
A expansão registrada no Brasil vai contra a tendência mundial dos últimos três anos. Segundo o Banco Mundial, a recessão internacional gerou uma queda nas remessas de emigrantes pelo mundo e só em 2010 é que o volume de envios voltou a crescer. Com o desemprego atingindo taxas recorde em países que receberam um volume importante de imigrantes nos últimos dez anos, o resultado foi uma queda das remessas em 2008 e 2009.
No ano passado, a contração foi de 5,5%. Para 2010, o Banco Mundial já espera uma recuperação, de 6%, e um fluxo total de US$ 325 bilhões. O valor fará com que as remessas terminem o ano num total equivalente a três vezes o tamanho da ajuda que governos ricos dão a países pobres. Há 20 anos, tanto as remessas como a ajuda eram praticamente as mesmas em dólares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.