O saldo de investimentos estrangeiros diretos no Brasil atingiu US$ 3,038 bilhões em abril, ante US$ 381 milhões no mesmo mês do ano passado. Em relação a março, quando o saldo foi de US$ 1,402 bilhão, houve um aumento de 116,7%. No ano, esses investimentos somam US$ 6,527 bilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central.
O resultado do mês passado, no entanto, está inflado pelo processo de operação de fusão entre as cervejarias brasileira AmBev e a belga Interbew. A troca de ações entre os minoritários das duas cervejarias somou US$ 1,4 bilhão.
O aumento dos investimentos é necessário para sustentar a retomada do crescimento econômico. Sem isso, o crescimento da demanda gerado pela expansão poderia superar a capacidade das empresas de ofertarem bens e serviços, resultando em aumento da inflação.
Neste mês, até ontem, já haviam ingressado no País US$ 350 milhões em investimento estrangeiro. O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, prevê que até o final de maio o ingresso chegue a US$ 700 milhões.
O BC prevê que os investimentos estrangeiros no País cheguem a US$ 16 bilhões em 2005. No ano passado, o Brasil recebeu US$ 18,166 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, um crescimento de 79,1% sobre o número registrado em 2003 (US$ 10,144 bilhões).
Contas externas
A conta de transações correntes do Brasil registrou um superávit de US$ 757 milhões no mês passado. O resultado é recorde para o mês de abril desde o início da série histórica (1947).
Entram nesta conta as principais transações do País com o exterior na área comercial e na contratação de serviços e transferência de renda.
Mais uma vez, o superávit comercial – saldo positivo entre as exportações e importações – contribuiu para o bom desempenho das contas externas brasileiras, com um saldo positivo de US$ 3,876 bilhões em março.
O superávit da balança comercial foi suficiente para cobrir o déficit da conta de serviços e rendas do País, que ficou deficitária no mês em US$ 3,377 bilhões. A conta de transações correntes ainda inclui as transferências unilaterais de brasileiros que moram no exterior, que no mês somaram US$ 258 milhões.
Para maio, Lopes prevê que o superávit na conta de transações correntes será de US$ 400 milhões.
Entre janeiro e abril, as transações correntes acumulam um superávit de US$ 3,450 bilhões, o equivalente a 1,49% do PIB (Produto Interno Bruto) estimado para o período.
Dívida
A dívida externa brasileira estimada para fevereiro é de US$ 203 bilhões, um aumento de US$ 1,4 bilhão em relação a dezembro último. Desse total, a maior parte se refere à dívida de médio e longo prazos – US$ 182 bilhões, uma redução de US$ 721 milhões. Já a dívida de curto prazo está em US$ 21 bilhões, um aumento de US$ 2,1 bilhões.