O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro caiu 0,2% em outubro ante setembro, para R$ 3,164 trilhões, informou nesta quarta-feira, 28, o Banco Central. Em 12 meses, houve alta de 3,5%. De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 0,2% em outubro, enquanto o de crédito direcionado caiu 0,6%.

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No crédito livre, houve alta de 1,5% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque recuou 1,3% no período.

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O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 46,6% em setembro para 46,3% em outubro.

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As projeções do BC, atualizadas no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em setembro, indicam expansão de 4,0% para o crédito total em 2018. A projeção para o crédito às famílias este ano é de alta de 7,5%, enquanto o crédito das pessoas jurídicas deve subir 0,5%. O BC projeta ainda alta de 9,5% no saldo de crédito livre no ano e retração de 1,5% no direcionado.

As concessões no crédito livre subiram 9,9% em outubro ante setembro, para R$ 295,0 bilhões, informou o Banco Central. Houve avanço de 12,3% em 12 meses até outubro.

No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 13,7% em outubro ante setembro, para R$ 165,6 bilhões. Em 12 meses até outubro, há alta de 10,2%.

Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões subiram 5,3% em outubro ante setembro, para R$ 129,5 bilhões. Em 12 meses até outubro, o avanço é de 15,0%.

Juro médio

A taxa média de juros no crédito livre subiu de 37,9% ao ano em setembro para 38,0% ao ano em outubro. Em outubro de 2017, essa taxa estava em 43,5% ao ano.

Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 52,0% para 51,9% ao ano de setembro para outubro, enquanto para pessoa jurídica ficou estável em 20,4% ao ano.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 301,4% ao ano para 300,4% ao ano de setembro para outubro. No crédito pessoal, a taxa passou de 45,0% para 45,6% ao ano.

Desde o início de julho, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelere a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.

Os dados divulgados pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 22,2% ao ano em setembro para 22,4% em outubro.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 24,4% ao ano em setembro para 24,6% ao ano em outubro. Em outubro de 2017, estava em 27,4%.

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,1 ponto porcentual em outubro ante setembro, para 20,9% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Inadimplência

A taxa de inadimplência no crédito livre seguiu em 4,1% na passagem de setembro para outubro. Em outubro de 2017, a taxa estava em 5,4%. Para pessoa física, a taxa de inadimplência passou de 5,0% para 4,9%. Para as empresas, a taxa seguiu em 3,0%.

A inadimplência do crédito direcionado permaneceu em 1,9% na passagem de setembro para outubro.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência seguiu em 3,0%.

BNDES

O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuou 1,8% em outubro ante setembro, somando R$ 442,600 bilhões. Em 12 meses, a queda acumulada é de 11,8%.

Em outubro, houve avanço de 0,5% nas linhas de financiamento agroindustrial, baixa de 1,8% no financiamento de investimentos e queda de 6,2% no saldo de capital de giro.

Crédito para habitação

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,5% em outubro ante setembro, totalizando R$ 586,489 bilhões.

Em 12 meses até outubro, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 4,5%.

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 1,2% em outubro ante setembro, para R$ 164,755 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 12,7%.

Endividamento das famílias

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 42,1% em setembro ante 41,9% em agosto. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 23,7% em setembro, igual ao visto em agosto.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 20,0% em setembro, igual ao verificado em agosto. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 17,6% em setembro ante 17,5% em agosto.

Setores

O saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária caiu 0,9% em outubro, para R$ 24,604 bilhões. Já o saldo para a indústria cedeu 1,8%, para R$ 648,243 bilhões. O montante para o setor de serviços teve baixa de 1,9%, para R$ 719,359 bilhões. No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo subiu 10,6%, aos R$ 26,233 bilhões.