Os estivadores do Porto de Santos (SP) resolveram esticar para esta quinta-feira, 16, a greve iniciada na terça-feira, 14, em protesto contra a derrubada da emenda à Medida Provisória (MP) dos Portos que estendia para os terminais privados a exigência de contratação de trabalhadores gerenciados pelos Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos), assim como é feito hoje nos portos públicos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira da Silva, a paralisação seguirá por tempo indeterminado, dependendo dos rumos que a votação da MP dos Portos seguir em Brasília. Silva afirmou acreditar que mais de 4 mil estivadores permanecem de braços cruzados desde terça-feira.
Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa que administra o Porto de Santos, dos 37 cargueiros que estavam atracados no terminal santista, apenas dez estavam com as operações paralisadas por conta da greve. As demais embarcações mantinham o trabalho normal. Os navios de contêineres eram os mais prejudicados, uma vez que são os que mais necessitam de mão de obra humana. Conforme o secretário do Sindicato dos Estivadores, César Rodrigues Alves, 16 cargueiros tinham as operações prejudicadas.
Nesta quarta-feira, de acordo com o Sindicato Nacional dos Estivadores, a greve também era mantida no Porto do Rio, mas havia terminado no Porto de Paranaguá, no Paraná. “A greve vai continuar em Santos, e esperamos que ela se espalhe para outros portos no Nordeste do Brasil”, disse Silva.
Polêmica
Os líderes sindicais aguardavam para esta quarta a votação do destaque proposto pelo PDT prevendo a retirada da expressão “portos organizados” do artigo que estabelece que o trabalho de capatazia, estiva, conferência de carga, bloco e vigilância de embarcações fosse realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado e por avulsos. Desta forma, a regra de contratação valeria para portos públicos e privados.