Brasília – Uma empresa de sucesso sem empregado ou patrão. Apesar de diferente, não há nenhuma incoerência. É uma maneira alternativa de geração de renda, por meio de cooperativas e associações. O método será a bandeira da recém-criada Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho.
Pelo sistema, todos os trabalhadores são sócios do próprio negócio. As decisões são tomadas em assembléias por meio de votação dos empreendedores. A metodologia existe desde o início da década de 90, mas agora terá subsídio do governo federal.
“O ministério do Trabalho criará agências de fomento da economia solidária e investirá nas existentes”, afirma o secretário nacional de Economia Solidária, o economista Paul Singer, que tomou posse ontem. A Secretaria de Economia Solidária também apoiará as cooperativas de produção, de serviços e de trabalho, por meio da concessão de créditos. Mas isso acontecerá a partir do segundo semestre, porque o setor ainda não tem orçamento previsto.
Um tipo de cooperativa que tem crescido no Brasil é a de pequenos produtores sem condição de competir com as grandes empresas. Quando eles se associam, tornam-se equivalentes a uma grande empresa, com ganhos de escala.
Em alguns casos, as cooperativas significam a diminuição da pobreza nas regiões metropolitanas. Uma das formas encontras para manter a subsistência de catadores de lixo nos bolsões de pobreza das cidades grandes foi a profissionalização do trabalho nos lixos. Catadores, se associaram e se transformaram em separadores de materiais reciclável. No Distrito Federal, os catadores de lixo que têm acesso ao maquinário para separar o material chegam a ganhar cerca de R$ 600 por mês.