Foto: Arquivo/O Estado

Lavoura de milho é uma das mais prejudicadas pela seca.

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Produtores agrícolas paranaenses já começam a sentir as conseqüências da estiagem que atinge o Estado. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), ligado à Secretaria de Estado da Agricultura, até agora os prejuízos estão sendo verificados principalmente por quem trabalha com plantação de trigo e milho safrinha.

No que diz respeito ao trigo, o problema vem sendo percebido principalmente na região norte, onde o produto já passou da fase de germinação. Em outras regiões, de acordo com o técnico do Deral, Dirlei Antônio Manfio, a chuva fraca que atingiu quase todo o Estado na última semana acabou contribuindo para que as sementes recentemente semeadas começassem a germinar.

?No último mês de maio, nossa estimativa era de que este ano fossem plantados, em todo o Estado, 992 mil hectares de trigo. Até o presente momento, temos plantados aproximadamente 700 mil hectares. Ainda não sabemos ao certo o que pode acontecer, pois na região sul o plantio se estende até o mês de julho e tudo depende da continuidade ou não da seca. Atualmente, ainda não podemos falar em perda de produção, pois alguns produtores sequer conseguiram plantar?, afirma.

Em relação ao milho safrinha, os maiores problemas também devem ser verificados na região norte, onde o alimento está em fase de formação da espiga e enchimento de grão. Até agora, em todo o Estado, a quebra da safra deste ano já é de 5%. Só na região do município Ponta Grossa, nos Campo Gerais, a quebra já é de 40% em relação à produção verificada no ano passado.

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?Mesmo que a quebra da safra este ano seja de 5%, o Paraná ainda deve produzir 65% a mais de milho safrinha do que no ano passado, quando foram produzidos 2,02 milhões de toneladas. Em 2005, a quebra foi de 35% e as causas foram tanto a estiagem quanto a geada?, comenta Dirlei. ?Já a produção nacional deve crescer. No ano passado, de milho normal e milho safrinha, foram produzidos 35 milhões de toneladas. Para este ano, a expectativa é alcançar 42 milhões.?

O diretor de políticas da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetaep), Mário Plefk, também visualiza problemas futuros envolvendo a produção de café no Paraná. Ele diz que o assunto ainda não é motivo de preocupação entre os produtores. Porém, se a estiagem persistir, a florada do produto, que acontece nos meses de agosto e setembro, pode ser afetada, prejudicando a safra do próximo ano. Outro problema pode vir a ser a produção de leite, caso as pastagens sejam afetadas pela seca e tornem-se mais fracas.

Simepar

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Para infelicidade dos produtores, o Instituto Tecnológico Simepar informa que não há previsão de chuva forte no Estado e que o mês de junho deve ser de pouca umidade. No próximo domingo, uma nova frente fria deve atingir o Paraná, mostrando-se mais intensa nas regiões sudoeste, leste e central. Entretanto, devem ser verificadas apenas chuvas fracas e isoladas.