Estiagem dá prejuízo de R$ 1,4 bilhão ao Estado

A falta de chuva está castigando a lavoura e trazendo muitos prejuízos aos produtores do Paraná. Até agora, conforme cálculos do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento (Seab), os prejuízos chegam a quase R$ 1,4 bilhão – especialmente por conta da soja e do milho, que juntos respondem por R$ 1,13 bilhão de perdas.

Para a engenheira agrônoma do Deral, Margorete Demarchi, apesar dos prejuízos, a estiagem na safra atual ainda está menor do que a registrada no ano passado. ?A estiagem este ano começou mais cedo, em meados de novembro. Não dá para dizer que o clima está normal, mas pelo menos a situação não está tão crítica como estava em dezembro e janeiro?, afirmou. Ela acrescentou que o verão é uma estação de muita irregularidade, ?com muita chuva num lugar e pouca em outro?. ?Tem chovido irregularmente, mas pelo menos chove. As perdas podem se acomodar por aí?, apontou. No ano passado, lembrou, a estiagem teve início em janeiro e, em algumas regiões, se estendeu até abril.

Até agora, conforme levantamento do Deral, a safra da soja sofreu quebra de 14%, passando da estimativa inicial de 11,7 milhões de toneladas para 10,1 milhões – ou seja, 1,6 milhão de toneladas de perdas. Em valores, R$ 716,5 milhões, conforme cotação feita no dia 24 de janeiro. ?Se as perdas ficarem por aí, a produção de soja será maior do que a do ano passado?, afirmou Margorete. Na safra passada, a quebra da safra de soja foi de 26% e a produção ficou em 9,5 milhões de toneladas.

As próximas semanas, porém, é que serão decisivas. De acordo com a engenheira agrônoma, do total de área plantada (3,874 milhões de hectares), 10% está em desenvolvimento vegetativo, 31% em fase de floração, 47% de frutificação e 12% em maturação. ?De um modo geral, a safra ainda não está definida?, afirmou.

Segundo informações da Defesa Civil, pelo menos 19 municípios do Paraná já decretaram situação de emergência. Entre as regiões em que as perdas podem continuar aumentando, destaque para o Sudoeste. Segundo Margorete, a região não é grande produtora de soja em termos de volume, mas a oleaginosa tem um papel econômico social grande. ?Na região há pequenos produtores. E o agravante é que há municípios que estão enfrentando o terceiro ano com falta de chuva?, apontou. Em Francisco Beltrão, a quebra de safra chega a 42%, enquanto em Pato Branco, a 21%.

Milho

Com relação ao milho, a estimativa inicial era que a produção fosse de 9,4 milhões de toneladas, mas a falta de chuva fez com que o número fosse revisado para 7,3 milhões de toneladas – ou seja, quebra de 22%. Em termos de valores, o equivalente a cerca de R$ 410 milhões, considerando o preço do grão no dia 24 de janeiro.

Com a falta de chuva, o ciclo de produção também se tornou mais curto. ?O clima seco antecipa a colheita?, explicou. No Paraná, 6% da produção de milho já foi colhida até agora e 2% da de soja. A colheita das duas culturas se concentra em março e abril. 

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