A estatal russa de energia nuclear Rosatom está disposta a investir no Brasil e aguarda apenas uma definição do governo federal sobre o Programa Nuclear Brasileiro. O diretor geral da empresa, Kirill Komarov, afirmou que a participação em novas usinas seguirá a configuração definida pelo Brasil, mesmo que mantenha a União como majoritária nos projetos.

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Na quinta-feira, 6, o executivo teve um encontro com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para apresentar o grupo e a tecnologia de empresas, como a subsidiária Rosatom Overseas. Questionado sobre o horizonte apresentado pelo ministro para os novos projetos, Komarov afirmou que Lobão não estabeleceu um prazo. “É preciso decidir quantas usinas vocês querem construir. Qualquer decisão já seria um avanço”, brincou o executivo russo.

Ele explicou que na Rússia a estatal atua com dois modelos: usinas totalmente públicas e outras em que o setor privado detém uma fatia minoritária de até 49%. A empresa também é controladora de projetos fora do país, como na Turquia.

Um dos trunfos apresentados pelos russos ao governo brasileiro é a possibilidade de financiar até 100% dos projetos em que se envolver. Segundo Komarov, a Rosatom está capitalizada e, muitas vezes, utiliza recursos de dívida externa de outros países com a Rússia. No exterior, a companhia participa atualmente da construção de projetos nucleares que somam US$ 70 bilhões.

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Komarov descartou que a exigência de conteúdo local nas futuras centrais nucleares do Brasil seja um entrave à participação russa. A Rosatom quer estabelecer um diálogo com a indústria local. “O Brasil tem experiência na criação de usinas nucleares. Podemos chegar a um bom nível de conteúdo local, de pelo menos 30% a 40%”, explicou, após participar de um seminário promovido pela estatal no Rio de Janeiro.

Maior geradora de energia elétrica russa, a Rosatom atua em mineração de urânio e construção de usinas nucleares. Ao todo, são 250 empresas e instituições científicas e 33 usinas nucleares. Atualmente existem dez usinas em construção na Rússia, 24 com início previsto entre 2013 e 2017 e outras 20 propostas para após esse período.

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