A diretoria da Petrobrás correu contra o tempo e conseguiu concluir o plano de negócios para o período de 2015 a 2019 para apresentá-lo na reunião do conselho de administração do dia 26. Aldemir Bendine, presidente da estatal, havia prometido a divulgação neste mês. Mas, nos últimos dias, o mercado já considerava a possibilidade de que o encontro do conselho fosse adiado ou, se mantido, que o plano de negócios não chegasse a ser analisado. A confirmação veio apenas ontem, quando os conselheiros receberam a pauta da reunião, com informações prévias do que será debatido na sexta-feira.

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A pauta da reunião prevê que os conselheiros irão analisar o orçamento para este e os próximos quatro anos, além do programa de venda de ativos e a nova estrutura da empresa, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado. O orçamento e o programa de desinvestimento estão incluídos em uma única pauta: o plano de negócios, que deve ser divulgado logo após a aprovação pelo conselho.

Diretrizes

Na quinta-feira, as diretrizes foram antecipadas aos sindicalistas. Executivos da área de recursos humanos da estatal sinalizaram o que será a “nova Petrobrás”. Segundo Edson Munhoz Filho, do Sindipetro-RJ, o encontro foi uma tentativa de conseguir o apoio dos trabalhadores para os cortes que serão promovidos, de funcionários e de ativos. A mensagem foi de que ajustes serão feitos para recolocar a petroleira em uma rota de crescimento em três anos. “O plano é puxar o freio para respirar e se preparar para o que vem pela frente”, contou.

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Ao manter a data para a divulgação do plano no dia 26, a Petrobrás atende às expectativas do mercado, que tem pressa em ter acesso à informação sobre os ativos que serão alvo de venda. Os investidores também estão de olho nos projetos que a Petrobrás considera prioritário, e nas estimativas de retração do endividamento. A relação entre a dívida assumida pela petroleira e a sua geração de caixa é o principal item questionado pelas agências de classificação de risco e analistas do mercado.

Com a venda de ativos, que deve engordar o caixa da companhia, o esperado é que a petroleira consiga reduzir a proporção de recursos comprometidos com o pagamento de dívida e tenha mais liberdade para investir, principalmente, no pré-sal, onde estão as principais apostas de lucro para os próximos anos.

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Ao apresentar o plano de negócios na data prometida, a equipe de Bendine vai ter que convencer também que trabalha com projeções consistentes de preço de petróleo e câmbio. Entre especialistas e executivos de petroleiras há uma divergência sobre os novos patamares do preço do barril – se retornará ao nível do primeiro semestre do ano passado, na casa dos US$ 100, ou permanecerá oscilando entre US$ 50 e US$ 70, como nos últimos meses.

Quanto pior a cotação, maior a dificuldade da Petrobrás em tirar do papel os projetos de exploração e produção de petróleo. Já as projeções de câmbio são importantes para a estatal dimensionar os seus negócios na área de comercialização de combustíveis.

Como parte do óleo diesel e da gasolina consumidos no Brasil é importada, a Petrobrás paga pelos produtos em dólar e vende em real. A relação entre as duas moedas tem impacto direto no caixa da empresa.

Na reunião do conselho prevista para semana que vem, os conselheiros vão avaliar ainda as propostas de mudanças na estrutura da Petrobrás, que exigirão alterações no estatuto da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.