O governo planeja colocar as estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, para incentivar a TV digital interativa, que oferece serviços parecidos com os da internet. "Se for necessário, vamos usar as estatais para lançar a interatividade, na TV pública", disse o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa Filho. No mês passado, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou que a TV digital vai estrear em 2 de dezembro, em São Paulo, sem a interatividade.
O problema é que as normas da TV digital acabaram de ser definidas e o middleware Ginga, software desenvolvido no Brasil que permite aos serviços interativos funcionarem em qualquer aparelho, ainda precisa ser transformado de protótipo em produto. "As universidades falam em quatro meses, quando as consultorias diziam que levaria um ano", destacou Barbosa, que participou do 51º Painel Telebrasil, na Costa do Sauípe (BA). "Talvez em março ou abril os conversores cheguem ao mercado.
Os conversores, ou set-top boxes, serão equipamentos para converter o sinal digital em analógico, que vão permitir aos consumidores manterem seus televisores atuais. Eles se parecem com as caixas usadas pela TV paga. Os conversores terão conectores no formato USB e poderão ser ligados a acessos de banda larga, modems de linha discada ou celulares, para terem interatividade plena, com o envio de informações da casa do espectador à emissora.
As redes comerciais de TV não estão interessadas na interatividade, por enquanto. Temem abrir espaço para serviços como o IPTV, sigla de televisão por protocolo de internet, em que o sinal de vídeo chega ao televisor por uma conexão de banda larga. Mas interatividade desperta interesse nos bancos. Duas empresas vão demonstrar serviços bancários via TV no Ciab Febraban 2007, da Federação Brasileira dos Bancos, na semana que vem, em São Paulo.