A votação de destaques que podem alterar o texto da reforma da Previdência será feita ainda nesta quarta-feira, 2, assegurou o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE). “Estamos indo para o plenário”, disse ao sair da reunião com lideranças do Senado.
Bezerra evitou dizer se há risco de mais desidratações na proposta.
Na terça-feira, o plenário impôs uma derrota ao governo e tirou do texto as mudanças no abono salarial, que poupariam R$ 76,4 bilhões em dez anos. Ele informou apenas que está trabalhando para manter o texto do relator, Tasso Jereissati (PSDB-CE).
O líder do governo também não disse se atrapalha a indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de retaliar a derrota no chamado “Pacto Federativo”, agenda que busca descentralizar recursos para Estados e municípios e é prioridade no Senado.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ordem de Guedes é compensar cada bilhão perdido na Previdência na divisão de recursos com governos regionais. A indicação do ministro não foi bem recebida pelos senadores.
“O ministro está preocupado com a redução do impacto fiscal, e isso nós também estamos. Precisamos concluir a votação de 1º turno para assegurar ainda um impacto fiscal relevante”, disse Bezerra.
O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), que estava na reunião mais cedo, também assegurou que a votação dos destaques será feita nesta quarta. Mais cedo, ele defendeu a rejeição das propostas de mudança no texto, apesar de ter sido um dos que ajudaram a derrubar a alteração no abono na terça-feira.