A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento volta a instituir o vazio sanitário da soja, que proíbe o plantio e manuseio da planta entre 15 de junho a 15 de setembro de 2009.

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Nesse período não pode haver nenhum tipo de plantio de soja em todo o Estado. A resolução já foi assinada pelo secretário Valter Bianchini e a medida visa evitar a proliferação da ferrugem asiática nas lavouras de soja do Paraná e garantir a qualidade do grão produzido no Estado.

O vazio sanitário da soja foi estabelecido no Estado pela primeira vez no ano passado na safra 2007/08. Conforme acompanhamento do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis), os resultados estão sendo positivos.

Este ano a safrinha de soja já foi plantada, entre os meses de fevereiro e março, e ocupa uma área de 63.079 hectares, superior à do ano passado, quando ocupou 47.772 hectares no mesmo período.

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O número de focos já encontrados na safra 08/09 foi apenas três em dezembro e 132 em janeiro. O resultado é inferior ao mesmo período do ano passado, quando foram constatados 24 focos em dezembro de 2007 e 330 casos em janeiro de 2008.

De acordo com a engenheira agrônoma do Defis, Maria Celeste Marcondes, o levantamento mostra que os produtores seguiram as recomendações para eliminar as plantas verdes e colheram a safrinha de soja antes de iniciar o período do vazio.

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A resolução da secretaria determina a fiscalização sobre todos os agentes da cadeia produtiva como o plantio, transporte, armazenagem, industrialização e a comercialização da produção de soja. Não pode haver nenhuma circulação de grão de soja ou remanescentes de plantas durante o período do vazio sanitário.

Também não pode haver nenhum plantio de soja nesse período. Até mesmo as plantas voluntárias que nascem em beiras de estradas, caminhos e ferrovias, devem ser eliminadas, determina a resolução.

Segundo a agrônoma, os produtores entenderam que o vazio sanitário beneficia a eles próprios, por não permitir a permanência do fungo que causa a ferrugem nas lavouras de soja, que provoca perdas econômicas significativas. A disseminação da doença induz o produtor a realizar maior número de aplicação de fungicidas para o controle do fungo, o que eleva os custos de produção.

Com esse entendimento, a Secretaria da Agricultura não precisou aplicar as penalidades previstas na resolução que podem chegar até a restrição de crédito rural e interdição da propriedade.

A soja safrinha, plantada no início do inverno, ocupa uma área considerada insignificante para a produção estadual, disse o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral).

A preocupação do Defis é com a falta de cuidados com o transporte e o manuseio da safra de soja, disse Marcondes, responsável pela área de Sanidade de Grandes Culturas.

Segundo ela, os grãos que costumam cair dessas operações podem germinar em locais públicos como carreadores, estradas, rodovias e ferrovias. “Essas plantas voluntárias constituem focos de contaminação do fungo da ferrugem asiática”, alertou.

A ferrugem asiática entrou no Brasil e no Paraná no final da safra de verão 2000/2001. No primeiro ano, provocou queda de produtividade de 70% nas lavouras afetadas.

A doença é muito agressiva, provocada por um fungo de alta capacidade de reprodução e que necessita de hospedeiro vivo para sobreviver, no caso as plantas de soja.

O vazio sanitário é uma medida preventiva recomendada pela pesquisa, que orienta a eliminação do hospedeiro para se eliminar o fungo. A doença provoca a queda das folhas e prejudica a formação dos grãos, derrubando drasticamente a produtividade das plantas.