O Ministério da Agricultura vai apresentar em setembro deste ano, ao Comitê Científico da Organização Internacional de Saúde Animal, em Paris, a defesa do Paraná para tentar reconquistar o status de livre de aftosa com vacinação. A informação foi dada ontem, em Curitiba, pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que veio participar de encontro com lideranças locais sobre as ações do ministério e das secretarias estaduais sobre defesa sanitária animal.
Segundo Stephanes, o comitê ?é o fórum adequado para analisar e julgar esta questão. Esperamos ter sucesso. Se tudo der certo, a assembléia se reúne no final do ano e aprova a liberação do Paraná?, comenta. O Estado ainda sofre com bloqueios internacionais à venda de carne produzida aqui, em razão de focos de aftosa constatados há cerca de dois anos e que provocaram o extermínio de cerca de 7 mil cabeças de gado, sob suspeita da doença.
Participaram do encontro, além do ministro, o secretário de Estado da Agricultura, Valter Bianchini, o presidente da Faep, Ágide Meneguette, entre outras autoridades do setor.
O encontro possibilitou que os representantes da iniciativa privada participassem da formulação de planos nesta área. A meta é chegar a uma ação integrada em médio prazo. ?A iniciativa é extraordinária. Mostra uma consciência do prejuízo que se tem quando um fato deste tipo acontece. Essa mesma consciência o governo também tem que ter, evidentemente. Nós temos que ter estruturas capazes de evitar que isso (os focos da doença) aconteça. Os esforços merecem aplausos e vão no caminho certo?, declarou Stephanes.
A defesa sanitária abrange a pecuária, a avicultura, a suinocultura e todas as atividades de produção de animais. No entanto, a grande preocupação continua sendo os efeitos da crise desencadeada pelo caso da febre aftosa. O Paraná ainda sofre embargos internacionais, mesmo com o reconhecimento de não-existência da doença no território paranaense desde o ano passado. ?O Estado está fazendo o seu dever de casa. O secretário de Agricultura apresentou um plano muito bom. A União vai ter que entrar com recursos como contrapartida (cerca de R$ 5 milhões), que já vão estar disponíveis?, afirmou o ministro.
O Estado está realizando a campanha de vacinação contra a febre aftosa, cuja meta de 100% do rebanho vacinado será alcançada, segundo o secretário Bianchini. ?Estamos discutindo com Mato Grosso do Sul e Paraguai uma ação integrada, para que cada um também faça a sua parte. Estamos tomando todas as medidas necessárias?, garante.
O secretário acredita que a cadeia produtiva paranaense pode se espelhar no exemplo de Santa Catarina, que na próxima reunião da Organização de Saúde Animal recupera o status de território livre da febre aftosa sem vacinação. Para ele, a iniciativa privada, o Estado e a União podem se unir para conquistar o mesmo tipo de status em cinco anos.