Mais uma situação irregular no Porto de Paranaguá deve mobilizar o governo do Estado nos próximos dias. Reclamações de empresários e produtores que escoam seus produtos pelo porto, dando conta que uma cooperativa exerce o monopólio na movimentação interna das cargas no pátio, serão apuradas pelo governo paranaense, informou o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros.
“Várias secretarias do governo já receberam o mesmo tipo de reclamação por parte dos empresários. Todos apontam para uma série de empecilhos criados por esse monopólio, que tem por resultado o encarecimento dos serviços no Porto de Paranaguá”, revelou o secretário. “Em um momento em que há um esforço coletivo na busca por novos investimentos, incluindo melhorias no logística, não podemos admitir uma situação assim, por isso iremos verificar com se dá o transporte interno de mercadorias dos armazéns para os navios no Porto”.
O secretário comentou esse assunto após a primeira reunião da Câmara de Infraestrutura do Programa Paraná Competitivo, realizada nesta sexta-feira (25), no auditório da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná. O secretário da pasta, José Richa Filho, falou sobre o porto e a grande perspectiva de recursos federais para a melhoria da infraestrutura no Estado. “O Porto de Paranaguá é um tesouro nas mãos dos paranaenses, só que foi muito mal aproveitado nos últimos anos. O governo federal sabe disso e há bastante tempo quer ajudar nosso Estado como um todo, porém, na última reunião em Brasília, soube que isso não foi feito porque não houve nenhuma sinalização de interesse do outro governo em receber tais recursos”, lamentou.
A otimização da infraestrutura logística existente no Estado, bem como os principais entraves permearam a reunião. Um dado trazido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) apontou que Portugal conseguiu 40% de economia nos custos do frete a partir de um trabalho de otimização da infraestrutura existente. Uma das soluções apontadas na discussão passa pelo desenvolvimento de uma política intermodal que envolva todos os sistemas disponíveis. Nesse sentido, um dos investimentos previstos será a ampliação de seis para 14 fingers (tubo sanfonado para o desembarque de passageiros) no Aeroporto Internacional Afonso Pena. Tal projeto já conta com o endosso do secretário de Infraestrutura. “A concretização disso daria um salto de eficiência e qualidade no trânsito de passageiros em nosso aeroporto. Para se ter um ideia, Congonhas que tem um fluxo bem maior, conta com 18 fingers”, comparou.